Protagonismo

Presidente do STJ se opõe a protagonismo de membros do Judiciário na Lava Jato

O ministro Francisco Falcão, presidente do STJ, afirmou que o combate à corrupção não deve se concentrar em apenas uma figura

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Publicado em 27/04/2016 às 21:23
Foto: Romério Cunha/ VPR
O ministro Francisco Falcão, presidente do STJ, afirmou que o combate à corrupção não deve se concentrar em apenas uma figura - FOTO: Foto: Romério Cunha/ VPR
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Com manifestações de apoio à Operação Lava Jato, o ministro Francisco Falcão, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), se opôs ao protagonismo de integrantes do Judiciário nas investigações na abertura de um debate sobre a Operação Mãos Limpas nesta quarta-feira (27). Sem citar o nome do juiz Sérgio Moro, Falcão afirmou que o combate à corrupção não deve se concentrar em apenas uma figura.

"O combate à corrupção, não a esporádica e eventual, mas essa que parece enraizada, deve ser idealizado a partir de uma perspectiva mais ampla. Não é labor que se deva esperar de um homem só, de uma única instituição pública. Não é desafio que se deva buscar superar sem que se atente para o que se passa alhures", defendeu o ministro na abertura do evento.

O Encontro Ítalo-Brasileiro: Combate à Corrupção e a Operação Mãos Limpas recebeu os professores Giovanni Luchetti e Luca Mezzetti, professores da Universidade de Bolonha, na Itália, e especialistas na Operação Mãos Limpas. Na avaliação de Mezzetti, apesar de positiva, a operação italiana similar à Lava Jato teve como efeito colateral alçar à carreira política magistrados que não atenderam, ao se elegerem, as expectativas de idoneidade.

"A Operação Mãos Limpas teve impacto positivo ao regenerar o sistema político italiano, mas abriu o caminho para o surgimento de novas forças políticas que nem sempre se mostraram capaz de apresentar uma postura diante da corrupção exigida após as investigações", afirmou o professor, que alertou pontos críticos da operação, como o fato de que, após eleitos em cargos políticos, juízes italianos acabaram sendo investigados em outros escândalos.

O ministro Og Fernandes, corregedor-geral da Justiça Federal, defendeu o juiz Moro e afirmou que não há centralização da figura do magistrado de Curitiba no combate à corrupção. "Esse juiz vem atuando numa área e numa vara com competência para esse tema há muitos anos. O juiz que não souber tratar com a crítica, entrou para o Poder errado. Necessariamente alguém haverá de criticar injustamente e elogiar injustamente", disse.

Responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância, Moro foi eleito pela revista americana "Time" uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. A lista inclui líderes como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o CEO da Apple, Tim Cook, e a cantora britânica Adele. O juiz foi homenageado numa cerimônia em Nova York nesta terça-feira (26), onde foi chamado de "SuperMoro", apelido que ganhou dos brasileiros.

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