O governo venezuelano descartou nessa segunda-feira (2) represálias contra as pessoas que assinaram pela ativação do referendo revocatório do mandato do presidente Nicolás Maduro.
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Questionado por jornalistas sobre possíveis represálias, Jorge Rodríguez, coordenador da comissão designada por Maduro para verificar a autenticidade das assinaturas, assegurou que o governo garante "o direito a viver em democracia" daqueles que assinaram.
Advertiu, entretanto, que o chavismo não permitirá o "jogo duplo" de invocar um mecanismo constitucional para tirar Maduro do poder e pressionar com violência a validação das assinaturas.
"(Os opositores) se mantêm dentro dos canais democráticos ou vamos solicitar que os procedimentos fiquem suspensos até que voltem ao canal democrático", afirmou Rodríguez em frente à sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em Caracas.
Rodríguez informou que irá "revisar as assinaturas uma por uma".
A plataforma de partidos "Mesa da Unidade Democrática" (MUD) entregou nesta segunda-feira 1,85 milhão de assinaturas ao CNE para pedir a ativação do revocatório.
A oposição, que controla o Parlamento, informou ter recolhido 2,5 milhões de assinaturas em todo o país, 13 vezes mais do que as 195.721 (1% do padrão eleitoral) exigidas pelo CNE para solicitar o início do processo.
O Poder Eleitoral deverá constatar em cinco dias o número de assinaturas e depois chamar as pessoas que assinaram para ratificarem seu apoio com a digital em outros cinco dias. Após a validação, seria autorizada a coleta das quatro milhões de assinaturas exigidas para convocar o referendo.
Rodríguez reiterou o que Maduro disse no último domingo em relação ao referendo: "É uma opção, não uma obrigação".