Senadores e deputado divulgaram notas nesta segunda-feira (2) comentando o pedido da Procuradoria-Geral da República para abertura de inquérito contra eles, ou inclusão de novas informações em inquéritos em andamento. A petição tem como base a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), investigado na Operação Lava jato.
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Os envolvidos são o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Valdir Raupp (PMDB-RR) e o deputado federal Marco Maia (PT-RS).
Renan Calheiros se limitou, por meio de sua assessoria de imprensa, a dizer que considera “delírios” as acusações do senador Delcídio do Amaral contra ele. Calheiros reiterou que está à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves disse que “considera absolutamente natural e necessário que as investigações sejam feitas, pois elas demonstrarão, como ocorreu outras vezes, a correção de sua conduta”.
Na nota divulgada por sua assessoria, Aécio lembra que todas as citações a seu nome feitas por Delcídio do Amaral foram sobre situações que ele “ouviu dizer”, sem que nenhuma prova tenha sido apresentada pelo senador.
“Tratam-se de temas antigos, que foram objeto de investigações anteriores, quando foram arquivados, ou de temas que não guardam relação com o senador”, afirma a nota.
Valdir Raupp disse que não participou de indicação de cargos no setor elétrico e considera a delação de Delcídio do Amaral “uma acusação inverídica”.
O deputado Marco Maia disse compreender o pedido de investigação do Ministério Público, o qual, ele acredita, comprovará que as acusações de Delcídio são “uma mentira deslavada”. “Refuto com indignação as ilações ditas à luz de acordos de delação”, diz o deputado na nota.
Marco Maia lembra ter sido relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras em 2014, quando pediu o indiciamento de 53 pessoas que, segundo ele, estão envolvidas no atual escândalo de corrupção. Ele garante que não recebeu doação das empresas citadas pela CPMI no relatório final.
“Por fim utilizarei de todas as medidas legais para que a verdade seja estabelecida e para que os possíveis desgastes a minha imagem de parlamentar sejam reparados na sua integralidade”, conclui.
As petições do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitando ao Supremo Tribunal Federal autorização para iniciar as investigações contra esses e outros parlamentares, foram entregues na última quinta-feira (28).
No caso dos parlamentares do PMDB, pede que as informações coletadas na delação de Delcídio do Amaral, sejam incluídas nos inquéritos a que eles respondem na Operação Lava Jato.
Janot pretende investigar também o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva; os senadores Romero Jucá (PMDB-RO) e Jader Barbalho (PMDB-PA), além do ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo.