Cabrobó

Dilma: não vou para debaixo do tapete porque sou prova da injustiça

Dilma lembrou que o governo dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram responsáveis pela mudança da vida de muitos brasileiros

ABr
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Publicado em 06/05/2016 às 18:09
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma lembrou que o governo dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram responsáveis pela mudança da vida de muitos brasileiros - FOTO: Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
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A presidenta Dilma Rousseff disse que vai ficar “muito triste” e que o seu coração “vai ficar partido” caso não consiga inaugurar a transposição do Rio São Francisco. Ao visitar uma estação de bombeamento do projeto, na cidade pernambucana de Cabrobó, Dilma lembrou que o governo dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram responsáveis pela mudança da vida de muitos brasileiros, e que a transposição foi feita com esforço de muitas pessoas.

"Se tiver uma coisa que eu vou ficar muito triste na minha vida é não ver aqui o dia que a dona Maria ou o seu João abrir a torneira e a água escorrer, e eu não estar aqui para comemorar com vocês. Quero dizer que meu coração vai ficar partido, porque é uma grande injustiça. Nós lutamos para fazer essa obra”, disse.

“Nunca no Brasil tinham feito uma obra desse tamanho. Nós tivemos de aprender a fazer. Essa é uma obra que muita gente segurou no braço e, se ela hoje está nesse ponto, em que está, é porque todos nós tivemos imenso empenho, grande trabalho e dedicação imensa", afirmou.

Durante o discurso, Dilma voltou a defender o seu mandato. Nessa sexta-feira (6), a comissão especial do impeachment no Senado aprovou, por 15 votos a 5, o relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), recomendando a abertura do processo contra ela. Na próxima semana, o parecer será analisado pelo plenário do Senado, e, se aprovado, Dilma será afastada para que seja julgada em até 180 dias.

"Eles sempre quiseram que eu renunciasse. Sabe por quê? Você levanta o tapete e esconde a sujeira. Se eu renunciar, eu vou para debaixo do tapete. E eu não vou para debaixo do tapete. Eu vou ficar brigando, porque sou a prova da injustiça. Eles estão condenando nesse impeachment uma pessoa inocente e não há nada mais grave do que condenar uma pessoa inocente", declarou a presidenta.

Mais uma vez, Dilma criticou as denúncias apresentadas contra ela, classificadas de frágeis. Disse que o processo é, na verdade, uma tentativa de eleição indireta para a Presidência, e que “tem imenso orgulho das escolhas” que fez no governo. "Tenho clareza que esse golpe tem um motivo. O Brasil, nesses 13 anos, mudou. As pessoas ganharam autoestima e dignidade", disse.

Fazendo um balanço de algumas políticas do seu governo, a presidenta falou que as cotas nas universidades permitiram que “a cor do Brasil” aparecesse nos centros de ensino, que milhões de jovens fizeram cursos técnicos, e que o “lado certo da história é o lado do povo deste país”.

"Ninguém votou em mim pelos meus belos olhos, apesar deles serem muito belos. Votaram em mim porque eu tinha compromissos. Porque eu tinha um programa e nele estava lá estava escrito: o Bolsa Família é muito importante, o Minha Casa, Minha Vida é um programa que garante dignidade e lar para as pessoas", disse.

Com o objetivo de beneficiar 12 milhões de pessoas, a transposição do Rio São Francisco tem 477 quilômetros de extensão e vai beneficiar 390 municípios dos estados da Paraíba, de Pernambuco, do Ceará e do Rio Grande do Norte. Atualmente, 86,3% das obras estão concluídas, e a previsão é que sejam finalizadas em dezembro deste ano.

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