Aliança

PSB decide não ter cargos no iminente governo Michel Temer

Decisão foi tomada pela Executiva nacional do partido na noite desta terça-feira (10)

Franco Benites
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Franco Benites
Publicado em 10/05/2016 às 19:00
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Decisão foi tomada pela Executiva nacional do partido na noite desta terça-feira (10) - FOTO: Divulgação/PSB
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Após uma reunião iniciada à tarde e finalizada às 19h desta terça-feira (10), a Executiva do PSB decidiu que o partido não vai integrar o iminente governo Michel Temer (PMDB) com cargos. Foram 22 votos contra a participação na gestão peemedebista e oito favoráveis. As bancadas da legenda na Câmara e no Senado queriam contribuir mais de perto com o atual vice-presidente, mas na Executiva, como se comprovou por meio da votação, a opinião era em sentido contrário.

Após a reunião, a Executiva nacional do PSB divulgou um documento em que reitera os dez pontos de uma agenda mínima para o país, já proposta ao vice-presidente Michel Temer. Essa agenda prevê, por exemplo, a reengenharia do Estado, a adequação das políticas fiscal, monetária e cambial, a adoção de estratégias de desenvolvimento e a preservação dos direitos sociais conquistados na Constituição de 1988. A carta também traz críticas à presidente Dilma Rousseff (PT).

“Não compactuamos com esse toma-lá-dá-cá que marca o presidencialismo de coalizão. Esse é um diferencial do PSB em relação a outros partidos”, afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.

Estiveram presentes no evento desta terça-feira o governador Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional do PSB, e o prefeito do Recife Geraldo Julio, primeiro-secretário nacional do partido. Os pernambucanos defendiam que o PSB contribuísse com o governo Temer sem a participação em ministério, adotando a postura de "independência" implementada após o romper a aliança com o PT em 2013.

"A gente acha que pode contribuir para o Brasil apoiando ações no parlamento. Não estamos atrás de cargos", falou o governador recentemente. O prefeito do Recife foi na mesma linha. "Acho que a gente não deve participar do governo, minha opinião é essa. Devemos apoiar naquilo que seja importante para o País", declarou.

Já o senador Fernando Bezerra Coelho era favorável à participação socialista na futura gestão Temer uma vez que o seu filho, o deputado federal Fernando Filho, estava cotado para ocupar a pasta da Integração Nacional. O parlamentar pernambucano ainda pode ser ministro, mas na condição de cota pessoal do peemedebista e sem representar politicamente o PSB uma vez que  a postura socialista será de não referendar qualquer escolha feita pelo futuro presidente.

“Todo presidente tem sua cota pessoal. Mas o partido não busca por cargos’, enfatizou Carlos Siqueira.

No Instagram, o secretário estadual de Planejamento, Danilo Cabral, celebrou a decisão da Executiva nacional. "Para o partido não interessa ao Brasil o debate miúdo e rasteiro sobre cargos, que fala apenas para a velha política fisiológica. Queremos debater e encontrar caminhos do futuro para a pauta da sociedade. Lamentavelmente, e diferente do desejo da sociedade, os primeiros sinaiso do novo governo indicam uma ponte para o passado", escreveu.


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