O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, vai ser o relator do pedido de abertura de inquérito contra o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), por suposto envolvimento no esquema de corrupção de Furnas. Já a investigação sobre o envolvimento no caso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) será analisada pelo ministro Dias Toffoli.
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Cabe aos relatores definirem se há elementos suficientes para autorizar a abertura dos inquéritos. Se isso acontecer, os dois políticos começam a ser formalmente investigados no STF.
Na terça-feira, o ministro Teori Zavascki considerou não haver conexão com a Lava Jato dos pedidos de investigação contra Aécio e Cunha no caso ligado à estatal de energia. Como considerou não haver a chamada prevenção, ele pediu, então, que os pedidos fossem redistribuídos. A distribuição dos processos foi feita por sorteio eletrônico.
Suspeita
Os pedidos de investigação contra Aécio e Cunha foram feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base na delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS).
Sobre Aécio, Delcídio afirmou que, "sem dúvida", o tucano recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal. De acordo com o delator, o caso envolvia inclusive as mesmas empreiteiras investigadas na Lava Jato.
Já em relação a Cunha, Janot aponta que ele é um dos líderes de uma "célula criminosa" que teria atuado em Furnas.
Os dois negam envolvimento no caso. Aécio afirma que a delação de Delcídio é só de ouvir dizer. Já Cunha, diz que Janot é "seletivo" ao envolvê-lo em novas linhas de investigação.
Há também pedido para abertura de um segundo inquérito contra Aécio sobre sua atuação para maquiar dados obtidos no Banco Rural pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios, que foi presidido por Delcídio.
Cunha já é réu em um processo no Supremo, além de ser alvo de uma outra denúncia, três inquéritos e outros pedidos de investigação.