crise política

"Não será feita oposição ao Brasil, mas a um governo ilegítimo", afirma Silvio Costa

Silvio disse que base aliada base aliada vai tentar articulação para tentar se aproximar de pelo menos cinco senadores para reverter o impeachment

Marcela Balbino
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Publicado em 13/05/2016 às 16:06
Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Silvio disse que base aliada base aliada vai tentar articulação para tentar se aproximar de pelo menos cinco senadores para reverter o impeachment - FOTO: Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
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Último dos apóstolos da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Silvio Costa (PTdoB) dá sinais de como será a mudança de lado da oposição na Câmara dos Deputados durante o governo provisório de Michel Temer (PMDB). O parlamentar trabalha para ser alçado à liderança da minoria na Casa.

"Quem indica o líder da minoria é o maior partido da oposição, que é o PT. Estou conversando e vão definir até a proxima terça-feira. Vou a Brasília no domingo à noite organizar como será a oposição", explicou. "Estou trabalhando para ser o lider da minoria", afirmou Costa.

Mantendo a peculiar postura trovejante, o parlamentar, que saiu do baixo clero para ser vice-líder do governo e esteve ao lado de Dilma na reta final do impeachment, afirmou que não será feita oposição ao Brasil, mas a um governo ilegítimo. Em entrevista nesta sexta-feira (13), o parlamentar afirmou que a base aliada vai tentar fazer uma articulação para tentar se aproximar de pelo menos cinco senadores para reverter o impeachment no julgamento do mérito, que tem até 180 dias para ser votado.

Para o deputado, a oposição do PSDB, do DEM e do PMDB boicotaram na Câmara reformas importantes para o País, como a previdência e o ajuste fiscal. "Eles conspiraram no Congresso todo o tempo a favor do golpe". 

A perspectiva é que Temer não tenha vida fácil no Congresso, no que depender dos apoiados de Dilma. "A nova oposição, embora reconheça a necessidade de reformas, não apoiará os projetos que Temer mandar, que têm concepções diferentes do proposto por Dilma e atingirão a parte mais frágil da sociedade. Não aprovará o desmonte de programas sociais e a derrubada de conquistas históricas dos trabalhadores. Somos a favor de reformas, mas não as que um governo ilegítimo pretende implantar", afirmou.

"Eu concordo que o Brasil precisa de um ajuste fiscal, eu concordo com a maioria das ideias do Henrique Meirelles (ministro da Fazenda), mas não vou votar, porque não vou legitimar um governo provisório, um governo que nasceu fruto do desrespeito a vontade sobrena de 54 milhões de brasileiros", disse. 

BALCÃO DE NEGÓCIOS

Ativo nas críticas, o deputado pernambucano acusou Temer e a oposição de abriem um "balcão de negócios" para negociar a montagem dos ministérios. Ele recorda que essa era a crítica feita pelos oposicionistas ao governo Dilma. 

"Treze dos 22 ministros de Temer são parlamentares. Temer abriu um balcão de negócios no Jaburu. Acontece que ele prometeu cargos a muita gente e partidos e já há insatisfações na Câmara por não ter atendido. Ele não vai ter moleza na Câmara (para aprovar as propostas)".

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