O presidente da Câmara afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) entrou, nesta quinta-feira (9), com um pedido para que ele possa apresentar a sua defesa antes que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre seu pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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Para Janot, o afastamento de Cunha do mandato de deputado não foi o suficiente para ele parar de interferir no andamento das investigações que pesam contra ele na Operação Lava Jato e no Conselho de Ética da Câmara, que analisa sua cassação.
No pedido, a defesa de Cunha alega que não há motivos para a prisão do peemedebista e diz que são "disparatadas as alegações de que esteja exercendo qualquer tipo de influência indevida no âmbito da Câmara dos Deputados".
"O requerente (Cunha) realmente não quer crer que certas alegações surrealistas e risíveis publicadas na imprensa fundamentaram o requerimento da PGR, como as de que possa ter influenciado remotamente a atuação do Conselho de Ética utilizando-se de parlamentares e de outras pessoas, como se estas não possuíssem vontades e interesses próprios - afirmações estas que servem a interesses que certamente não são os do ora requerente", diz o texto.
O pedido de prisão vai ser analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo. O mais provável é que ele decida o caso monocraticamente e leve o seu entendimento para ser referendado pelos demais ministros em plenário.
No início de maio, o Supremo decidiu, por unanimidade, afastar Cunha do seu mandato de deputado e, consequentemente, da presidência da Câmara. Ele já é réu na Lava Jato, além de ser alvo de uma denúncia e de pelo menos outros quatro processos que apuram tanto a sua ligação com o esquema de corrupção da Petrobras quanto ao seu papel no grupo que teria atuado para desviar receitas de Furnas.