O governo brasileiro vai promover uma "dança das cadeiras" nos cargos que o País ocupa em organismos internacionais, começando pelo atual diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Otaviano Canuto. Na quarta-feira (8), Canuto disse que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, lhe pediu que retornasse à diretoria executiva do Banco Mundial, cargo já ocupado por ele anteriormente.
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No FMI, ele deve ser substituído por Alexandre Tombini, que deixará a presidência do Banco Central para a entrada do economista Ilan Goldfajn. Ilan teve o nome referendado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pelo plenário do Senado na terça-feira.
As mudanças ainda incluem a ida de Antonio Henrique Silveira, hoje no Banco Mundial (no cargo que será de Canuto), para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). As transferências vão ocorrer até 1.º de agosto.
A aprovação de Canuto para o Banco Mundial ainda depende do voto dos demais países que compartilham o cargo de representação no órgão além do Brasil, mas não deve encontrar obstáculos. O economista atuou como diretor executivo de 2004 a 2007, além de ter ocupado outros cargos no banco. "Já comecei a receber cartas de apoio", disse.
Na quarta pela manhã, Canuto e Silveira participaram de reuniões com Meirelles e o secretário de Assuntos Internacionais da Fazenda, Luis Antonio Balduino Carneiro. Em seguida, almoçaram na sede do Banco Mundial em Brasília.
Após outro compromisso no Ministério, Canuto anunciou as mudanças. "Tenho orgulho de fazer parte desta missão ao lado de duas feras", afirmou.
Visão favorável
Na reunião com Meirelles, Canuto contou que transmitiu ao ministro a "visão favorável" que pessoas do mercado e de Washington têm sobre o Brasil. Segundo ele, as medidas estruturais apresentadas pelo governo têm sido bem recebidas, incluindo o projeto de Desvinculação de Receitas da União (DRU)
Ainda segundo Canuto, o ministro da Fazenda tem falado de forma "clara e precisa" sobre as medidas que estão sendo tomadas para alavancar a economia. "Tudo isso bate com a percepção da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) de que a economia brasileira bateu no fundo do poço, e as perspectivas são de melhora agora." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.