A força-tarefa da Lava Jato pediu apoio às autoridades portuguesas para localizar o empresário Idalécio Oliveira, acusado de pagar US$ 10 milhões em propinas para ex-funcionários da Petrobras e para o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em uma compra de um campo de exploração de petróleo pela Petrobras na África, em 2011.
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No pedido, encaminhado no dia 9 para a Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional da Procuradoria-Geral da República, os procuradores da Lava Jato pedem que o executivo seja notificado pelas autoridades portuguesas da denúncia e, no prazo de 10 dias, constitua um advogado para responder às acusações perante o juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Ele responde aos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Idalécio é português e residiria em Lisboa. Ele foi denunciado junto com a mulher de Cunha e outros dois acusados de envolvimento no polêmico episódio que rendeu propinas milionárias aos ex-funcionários da Diretoria Internacional da Petrobras, cota do PMDB no esquema de corrupção, e a Cunha e sua família.
O empresário é o dono da holding que controlava o campo de petróleo em Benin que foi vendido para a Petrobras e foi da sua empresa que saiu o pagamento milionário para a empresa do lobista João Augusto Rezende Henriques, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na estatal.
Graças ao apoio de investigadores suíços, o caminho do dinheiro que abasteceu Cunha até ser gasto em produtos de luxo e viagens no cartão de crédito usado por sua mulher Cláudia Cruz foi desvendado. Agora, a mulher do parlamentar responde na Justiça Federal pelo crime de lavagem de US$ 1 milhão, valor que ela consumiu no exterior.
DEFESA
De acordo com o criminalista Pierpaolo Bottini, "Claudia Cruz responderá às imputações como fez até o momento, colaborando com a Justiça e entregando os documentos necessários à apuração dos fatos. Destaca que não tem qualquer relação com atos de corrupção ou de lavagem de dinheiro, não conhece os demais denunciados e jamais participou ou presenciou negociações ilícitas".
Em nota divulgada pelo Twitter, Eduardo Cunha afirmou: "Trata-se de procedimento desmembrado do inquérito 4146 do STF, em que foi apresentada a denúncia, pelo Procurador Geral da República, ainda não apreciada pelo Supremo.
Foi oferecida a denúncia do Juízo de 1º Grau, em que o rito é diferenciado, com recebimento preliminar de denúncia, abertura de prazo para defesa em dez dias e posterior decisão sobre a manutenção ou não do seu recebimento.
O desmembramento da denúncia foi alvo de recursos e Reclamação ainda não julgados pelo STF que, se providos, farão retornar esse processo do STF.
Independente do aguardo do julgamento do STF, será oferecida a defesa após a notificação, com certeza de que os argumentos da defesa serão acolhidos.
Minha esposa possuía conta no exterior dentro das normas da legislação brasileira, declaradas às autoridades competentes no momento obrigatório, e a origem dos recursos nela depositados em nada tem a ver com quaisquer recursos ilícitos ou recebimento de vantagem indevida."