CASSAÇÃO

Cunha vai pedir que CCJ anule votação em que Conselho de Ética aprovou cassação

As declarações de Cunha foram dadas em uma entrevista coletiva marcada pelo próprio deputado no Hotel Nacional, em Brasília

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Publicado em 21/06/2016 às 15:07
José Cruz/Agência Brasil
As declarações de Cunha foram dadas em uma entrevista coletiva marcada pelo próprio deputado no Hotel Nacional, em Brasília - FOTO: José Cruz/Agência Brasil
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A dois dias do fim do prazo para entrar com recurso a fim de tentar reverter o resultado da votação do Conselho de Ética que aprovou sua cassação, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), antecipou argumentos que deve apresentar à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Cunha vai pedir a anulação do processo alegando que a votação nominal foi “estranha” e terá que ser refeita e que o relator Marcos Rogério (DEM-RO) não poderia continuar no cargo desde que deixou o PDT, que seria o detentor da vaga.

As declarações de Cunha foram dadas em uma entrevista coletiva marcada pelo próprio deputado no Hotel Nacional, em Brasília, e suscitaram reações imediatas na Câmara. Poucos minutos depois da entrevista, o relator do processo e o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), rebateram as acusações.

“A vaga que ocupei desde o início do processo continua sendo do PDT. Não há qualquer impedimento sobre minha posição no conselho, ou como relator”, disse Rogério, lembrando que sua antiga legenda não reivindicou a vaga quando houve a migração com a janela partidária. Atualmente no DEM, Rogério disse que, a cada dia, Cunha perde força na Casa e que o recurso não deve prosperar na CCJ.

“Estamos diante de um personagem da política muito habilidoso e preparado com as palavras, mas não vejo qualquer possibilidade de avanço do recurso. Tivemos todo o cuidado para preservar o processo”, afirmou o relator.

Araújo nega manobra

Outro alvo das acusações de Cunha é Araújo. Além de afirmar que o presidente do Conselho de Ética errava “propositalmente”, que adotou manobras como o adiamento do primeiro dia previsto para a votação do parecer, quando percebeu a possibilidade de o relatório ser rejeitado, e que tinha interesse em postergar o processo até 2018.

José Carlos Araújo afirmou que, se houve manobra, foi feita dentro do que permite a lei. Foi Cunha quem adotou manobras protelatórias, disse Araújo.

Ao rebater a afirmação de Cunha de que Jaques Wagner, então ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff, ofereceu apoio do PT no colegiado, colocando à disposição, inclusive, o “controle” sobre o presidente do conselho, José Carlos Araújo afirmou que não pode controlar o que dizem Jaques Wagner e Cunha, mas garantiu que não existe tal controle.

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