O presidente interino Michel Temer disse nesta terça (12) que a escolha do deputado Marcelo Castro (PI) como candidato único do PMDB na eleição à presidência da Câmara dos Deputados é uma demonstração de que não vai se envolver na disputa.
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“É uma demonstração de que nós não entramos na questão da Câmara”, afirmou Temer, após ser perguntado se iria apoiar a candidatura de Castro. Temer deu a declaração depois de um almoço com representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária.
Depois de mais de uma hora de reunião a portas fechadas, o PMDB escolheu o deputado e ex-ministro da Saúde do governo de Dilma Rousseff, Marcelo Castro, para ser o candidato único do partido na eleição à presidência da Câmara.
Antes do almoço com a Frente Parlamentar, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, afirmou que a indicação do PMDB é “demonstração inequívoca de que o governo não está se envolvendo no processo” de eleição na Casa.
“O processo está em andamento. Minha expectativa continua sendo a de que possamos ter ao fim um número menor de candidatos. Se não, todos disputam e no segundo turno vamos ver quem é o presidente da Câmara”, acrescentou Geddel, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso.
“Preferíamos e se pudéssemos influir era para que houvesse um entendimento global na base. Se não há, qualquer movimento nosso pode ser interpretado como preferência por A ou B e aí sim causar racha”, destacou o ministro.
Mais cedo, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, informou que “o governo trabalha com a ideia da base ter um candidato único” para a presidência da Câmara dos Deputados.
“Estamos trabalhando para que se tenha um só candidato. É possível construir [candidatura única]. Não tem por que criarmos a possibilidade de ter qualquer arranhão na base. Temos o projeto de um novo Brasil e esse novo Brasil passa por a gente ter condições de ter na Câmara a base que temos hoje. Não podemos correr riscos”, concluiu Padilha.
TERRAS INDÍGENAS
Durante discurso para deputados e senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária, Temer informou que seu governo vai tentar solucionar o problema da demarcação das terras indígenas. “Quando digo isso não é para agredir a nação indígena. Ao contrário. É, mais uma vez, para dar estabilidade social ao país, porque, quanto mais houver divergências nessa temática, maior a instabilidade social”.
O presidente interino também disse que o governo está atento à questão do licenciamento ambiental que muitas vezes dificulta o agronegócio. Segundo Temer, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, está elaborando normas que serão discutidas com a Frente Parlamentar da Agropecuária e com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
“O valor constitucional do meio ambiente precisa ser compatibilizado com a prosperidade da agricultura e do agronegócio”, concluiu Temer.