ESQUEMA DE CORRUPÇÃO

Geddel afirma que frequentava escritório de operador de Cunha 'por cortesia'

Lúcio Funaro foi preso na Operação Sépsis, por determinação do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF)

JC Online
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Publicado em 18/07/2016 às 12:40
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Lúcio Funaro foi preso na Operação Sépsis, por determinação do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), confirmou nesta segunda-feira (18) ter frequentado o escritório de Lúcio Funaro, acusado de operar esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal. Questionado pela reportagem, o ministro não deu detalhes sobre quais assuntos tratou com Funaro. "Ia por cortesia. Não foram tantas vezes", disse.

Funaro foi preso na Operação Sépsis, por determinação do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). O lobista e Eduardo Cunha teriam montado um esquema milionário de propinas por meio de financiamentos do FI-FGTS, entre 2011 e 2015, época em que a vice-presidência da Caixa era ocupada por Fábio Cleto - delator da Lava Jato que revelou à Procuradoria-Geral da República (PGR) como agiam Funaro e o deputado.

Memória

Geddel foi vice da Caixa de março de 2011 a dezembro de 2013. No governo de Luiz Inácio Lula da Silva, comandou o Ministério da Integração Nacional de 2007 a 2010. Ele afirmou que, além de visitar o suposto operador de Cunha no escritório em São Paulo, teve com ele outros encontros em Brasília, "circunstanciais", como num restaurante, num hotel e na posse do deputado como presidente da Câmara. 

"Eu o conheci em Brasília. Ele estava sempre em Brasília", afirmou o ministro. Geddel disse não se recordar com exatidão do que tratava no escritório de Funaro, tampouco das datas e do número de vezes em que esteve no local. 

Afirmou também que o corretor nunca lhe fez pedidos relativos à Caixa. "(Queria) saber de mercado, como é que estava: 'como vai, tudo bem?'. Nem me recordo se era vice-presidente da Caixa (na ocasião das visitas)."

Funaro manteve escritório com o empresário Alexandre Margotto, que negocia acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Um dos denunciados por suposta participação no esquema de corrupção na Caixa, Margotto informou a investigadores da PGR ter detalhes sobre tratativas de políticos e autoridades que frequentavam seu escritório mantido com Funaro - entre eles Geddel. Mas não especificou quais seria estas tratativas.

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