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Manobra pró-Temer desagrada ao PSDB

Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que se o impeachment de Dilma for aprovado, Temer será candidato ao Planalto com apoio da coalizão. O presidente em exercício negou que tenha intenção de disputar a eleição

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Publicado em 01/08/2016 às 8:29
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Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que se o impeachment de Dilma for aprovado, Temer será candidato ao Planalto com apoio da coalizão. O presidente em exercício negou que tenha intenção de disputar a eleição - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Preocupado em evitar ruídos na base aliada, principalmente com o PSDB, o presidente em exercício, Michel Temer, divulgou neste domingo (31), uma nota negando que tenha intenção de disputar a eleição de 2018. Temer decidiu tomar a iniciativa depois que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao jornal O Estado de S. Paulo que, se o impeachment de Dilma Rousseff for aprovado, o peemedebista será candidato ao Planalto em 2018, com apoio da coalizão. 

A declaração de Maia provocou mal-estar no PSDB e também no PSD. Nos bastidores, integrantes dos dois partidos disseram que o presidente da Câmara avançou o sinal e lançou um "balão de ensaio", que pode criar uma disputa desnecessária entre os partidos aliados de Temer no Congresso.

"Fico honrado com a lembrança de meu nome como possível candidato em 2018. Mas reitero, uma vez mais, que apenas me cabe cumprir o dever constitucional de completar o mandato presidencial, se o Senado Federal assim o decidir", afirmou Temer, em uma referência à votação do impeachment da presidente afastada, que deve começar no próximo dia 29. "Não cogito disputar a reeleição."

Na nota, de apenas seis linhas, Temer destacou que seu foco é o desenvolvimento do País, e não a possibilidade de reeleição. "Todos meus esforços, e de meu governo, estão voltados exclusivamente para garantir que o Brasil retome a rota do crescimento e seja pacificado", escreveu ele.

O governo interino tem hoje dois potenciais candidatos à sucessão de 2018: o ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), e o titular da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD). O problema é que, nas fileiras do PSDB, tudo indica que haverá uma briga pela indicação, já que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador Aécio Neves (MG), presidente do partido, também são pré-candidatos.

Nesse cenário, há rumores de que Serra pode deixar o PSDB e migrar para o PMDB de Temer - de quem está se aproximando cada vez mais -, com o objetivo de concorrer à Presidência. No PSD presidido pelo ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, o nome cotado para a sucessão de 2018 é o de Meirelles.

"Tudo isso é factoide, pois 2018 está há anos luz de distância", amenizou o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), negando qualquer desconforto com a entrevista de Maia

Na percepção do Planalto, porém, todas as articulações passam pelo desempenho da economia nos próximos meses. Nessas análises, o impeachment de Dilma é dado como "favas contadas". Em conversas reservadas, muitos acham que Temer poderá ser candidato para evitar a "fragmentação" da base, embora o diagnóstico em público seja de que isso dividiria a coligação.

Para Maia, se Temer chegar a 50% de ótimo e bom, ele será candidato "quer queira, quer não", podendo disputar o segundo turno com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje réu por tentar obstruir a Lava Jato.

"Michel já disse que sairá da vida pública recompensado se colocar o Brasil nos trilhos. Não há hipótese de ele ser candidato", afirmou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. "Uma candidatura é incompatível com esse trabalho. É fora de propósito", disse o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. "Se o PMDB terá ou não candidato próprio em 2018 é outra coisa. Mas eu sou político, não sou cartomante." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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