Com uma bancada de 33 parlamentares, o PSB fechou questão a favor da cassação do ex-presidente da Câmara e deputado afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A decisão foi tomada em reunião da bancada na noite dessa segunda-feira (8). "A bancada do PSB na Câmara dos Deputados, em reunião realizada na noite desta segunda-feira, fechou questão e votará, por unanimidade pela cassação de Eduardo Cunha", diz nota oficial divulgada pela bancada nesta terça-feira (9).
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Ontem, foi lido no plenário da Câmara o parecer pela cassação do mandato de Cunha aprovado pelo Conselho de Ética. Com a leitura, o pedido entra como prioridade na pauta de votações em até duas sessões ordinárias. A prioridade, no entanto, não obriga que seja votado. A definição da data caberá ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Sob pressão da antiga e da atual oposição na Casa, Maia prometeu ontem a líderes que vai tratar do assunto nesta quarta-feira (10).
"Os prazos regimentais serão respeitados, e a partir daí a data será marcada", disse Maia em uma rápida entrevista ontem. Na semana passada, ele tinha afirmado que só trataria da cassação de Cunha após a votação do projeto de renegociação da dívida dos Estados com a União, prevista para hoje.
Articulação
Por temor de retaliações de Cunha, interlocutores do Palácio do Planalto na Câmara trabalham para que a votação do caso dele no plenário da Casa só aconteça após a conclusão do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Membro da chamada tropa de choque de Cunha, o deputado Carlos Marun (MS), vice-líder do governo e do PMDB na Câmara, defende que o ideal seria que a votação só ocorresse após as eleições municipais. Para ele, isso aumentaria as chances de Cunha se salvar. "Se fosse voto secreto, ele não seria cassado", diz.