Opositores do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentaram requerimento para tentar antecipar a votação em plenário do pedido de cassação do peemedebista, marcada para 12 de setembro. O requerimento foi protocolado pelo líder da Rede, Alessandro Molon (RJ), e conta com apoio de outros seis partidos: PT, PCdoB, PDT, PSB, PPS e PSOL. No pedido, eles defendem que a votação seja realizada amanhã.
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O objetivo do requerimento é constranger o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes de outros partidos, tachando-os como "protetores" de Cunha, por não apoiarem o pedido de antecipação. Isso porque os opositores do deputado afastado sabem que a chance de o requerimento ser analisado é pequena, uma vez que a decisão de pautá-lo é de Maia, que já afirmou ser contra adiantar a votação da cassação.
Para opositores de Cunha, o dia marcado pelo presidente da Câmara favorece o peemedebista, pois é uma segunda-feira, dia em que normalmente o quórum é baixo na Casa. Além disso, os adversários temem o movimento articulado por partidos como o PMDB de esvaziar o plenário em 12 de setembro, para provocar o adiamento da votação da cassação para depois das eleições municipais, quando as chances de Cunha se salvar são maiores.
Parecer
Ontem, deputados do PSOL e Rede também pressionaram Maia em relação aos procedimentos da votação. No domingo (21) a Coluna do Estadão mostrou que aliados de Cunha pressionam o presidente da Câmara para que ele coloque em votação um projeto de Resolução, e não o parecer aprovado pelo Conselho de Ética da Casa. Diferente do parecer, o projeto permitiria que deputados apresentassem emenda para tentar aprovar uma pena mais branda do que a cassação.
Na reunião de líderes, Molon e Alencar cobraram Maia sobre essa especulação. Segundo os deputados, o presidente prometeu que colocará o parecer aprovado pelo Conselho de Ética, como defende a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. "Ele disse que não vai fazer nada de diferente do que sempre foi feito na Casa", disse Molon. "Ele disse que jamais alteraria o que é praxe da Casa", completou Alencar. Procurado, Maia não se pronunciou.