A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (24), a Operação Decantação contra um grupo que teria desviado cerca de R$ 4,5 milhões em recursos federais a partir de uma empresa pública de Goiás. A ação, que contou com apoio do Ministério Público Federal e do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, evitou um prejuízo de quase R$ 7 milhões. O presidente do PSDB em Goiás, Afreni Gonçalves, foi preso.
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Cerca de 300 policiais federais cumprem 120 mandados judiciais, sendo 11 de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 21 de condução coercitiva e 67 de busca e apreensão nas sedes de empresas envolvidas e de partido político, além de residências e outros endereços relacionados aos investigados.
As ordens judiciais foram cumpridas em Goiânia/GO, Aparecida de Goiânia/GO, Formosa/GO, Itumbiara/GO, São Paulo/SP e Florianópolis/SC. Também foi determinado o afastamento da função pública de oito servidores e a proibição de comunicação entre nove investigados.
A PF identificou que dirigentes e colaboradores da empresa Saneamento de Goiás S/A - SANEAGO promoveram licitações fraudulentas mediante a contratação de uma empresa de consultoria envolvida no esquema.
Recursos públicos federais, oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, de financiamentos do BNDES e da Caixa Econômica Federal, foram desviados para pagamento de propinas e dívidas de campanhas políticas, segundo a PF. Outra forma de atuação do grupo consistia no favorecimento pela consultoria contratada pela SANEAGO a empresas que participavam do conluio e que eram responsáveis, posteriormente, por doações eleitorais.
Os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e fraudes em processos licitatórios.
O nome Decantação faz alusão a um dos processos de tratamento de água, em que ocorre a separação de elementos heterogêneos.
Os alvos ainda não se manifestaram sobre as acusações.