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Contribuição de Cunha ao País foi a mais danosa possível, diz Dilma

Para Dilma, quando Cunha foi eleito presidente da Casa, em fevereiro de 2015, o processo de desestabilização parlamentar do governo teve início

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Publicado em 29/08/2016 às 15:48
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Para Dilma, quando Cunha foi eleito presidente da Casa, em fevereiro de 2015, o processo de desestabilização parlamentar do governo teve início - FOTO: Foto: Agência Brasil
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A presidente afastada, Dilma Rousseff, voltou nesta segunda-feira (29) a deixar clara a antipatia pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que no fim de 2015, como presidente da Câmara, aceitou a abertura do processo de impeachment contra ela.

Confira na íntegra discurso de Dilma

 

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Respondendo a uma pergunta da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), Dilma disse que a contribuição de Cunha ao País "foi a mais danosa possível". "A contribuição de Cunha foi a mais danosa possível porque já vinha sendo bem danosa quando tentamos aprovar, ainda em 2014, a Lei dos Portos, com todas as dificuldades possíveis, pois ele não queria a aprovação sem contemplar alguns interesses estranhos", afirmou, sem esclarecer ao que se referia.

De acordo com ela, quando Cunha foi eleito presidente da Casa, em fevereiro de 2015, o processo de desestabilização parlamentar do governo teve início de forma acelerada. "Muito se tem dito pela imprensa e também por integrantes do sistema Judiciário que Cunha tinha relação não muito republicana quando se tratava aprovação de projetos", acrescentou.

Dilma disse que no segundo mandato enviou diversos projetos que implicavam em melhoria da execução dos gastos. "Somados, tivemos um corte fiscal de R$ 130 bilhões, mas faltou aumento de impostos porque não há nos últimos tempos nenhum país no mundo, nem na Europa, que saiu da crise sem aumento de imposto ou de dívida", afirmou. "Cunha promoveu um grande rombo na nossa capacidade de superação da crise", ressaltou.

A presidente afastada afirmou ainda que desde fevereiro de 2016 até poucos dias antes do afastamento pelo Senado, a Câmara não aprovou nenhuma medida. "Se isso não é um dos maiores boicotes que se tem notícia na história do Brasil, eu não sei o que é."

Constituição

Dilma recorreu à Constituição Federal para tentar convencer os senadores de que não praticou crime de responsabilidade fiscal. Ela leu o artigo que trata da vedação à abertura de créditos suplementares e salientou que a medida não pode ser feita sem previsão legislativa. "O decreto de contingenciamento estabelece limite e impede que créditos virem (nova) despesa", explicou.

A petista disse ainda que o governo perseguiu diversas formas de combater a pobreza. "Não só através da valorização do salário mínimo, do Bolsa Família, mas com poderosa agricultura familiar", disse. "Agricultura tem papel expressivo no Brasil, e nossa contribuição foi o apoio do governo federal", acrescentou a presidente afastada, refutando acusações que violação à lei no âmbito da subvenção ao plano Safra.

Porto de Mariel

A presidente afastada destacou ainda a postura amigável e o apoio conquistado pelo Brasil entre diferentes países de continentes como África e Ásia, que permitiu ao País alcançar, por exemplo, a presidência da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Não temos posição disruptiva, conflitiva", disse.

Nesse contexto, a petista defendeu o financiamento ao Porto de Mariel, em Cuba. "Porto de Mariel é disputado por todos aqueles que querem investir em Cuba, não só os americanos", disse Dilma. "Não podemos ter visão fundamentalista e ideológica de algo que é importante, que é ajudar o povo cubano", acrescentou.

A presidente afastada disse também, em resposta ao senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que o governo brasileiro não tem controle sobre a política monetária dos Estados Unidos. 

 

 

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