Diretamente ligados à votação do julgamento do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), os três senadores pernambucanos comentaram o resultado. Humberto Costa (PT), líder do partido no Senado, e Armando Monteiro Neto (PTB), ex-ministro de Dilma de Desenvolvimento e Comércio Exterior no segundo mandato da petista, votaram contrários ao afastamento dela do poder. Já Fernando Bezerra Coelho (PSB), que também foi ministro da ex-presidente na pasta da Integração Nacional, votou favoravelmente ao impedimento.
Para Humberto Costa, os 61 votos dos senadores que afastaram a petista do poder confrontam os 54 milhões de votos que Dilma recebeu nas urnas, em 2014. “Nós, as próximas gerações e o Brasil pagaremos muito caro por essa diminuição da nossa democracia. Lutamos como pudemos para evitar que essa aberração prosperasse. Mas venceu o fisiologismo, o ‘acordão’, o baixo nível político, o golpe”, disse Humberto, por nota. “Abrimos um precedente perigosíssimo para futuros presidentes, governadores e prefeitos: a punição sem o cometimento do crime”, acrescentou.
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Armando Monteiro também afirmou que o impeachment abre “um grave precedente” e corre o risco de ser banalizado. “O impeachment configurou-se uma ruptura institucional que pode desestabilizar o sistema político brasileiro, uma nódoa no regime democrático”, declarou o petebista, também por nota. Para o senador, o Congresso terá agora que focar na aprovação de medidas que busquem o controle dos gastos públicos e as bases para um novo regime fiscal. “O impeachment é um episódio passado. É hora, a partir de agora, de pensarmos no País, que está enredado numa grave crise econômica”, pontuou.
FAVORÁVEL
Fernando Bezerra Coelho justificou seu voto favorável ao afastamento de Dilma como o caminho para o equilíbrio econômico. “Não existe contradição entre uma política fiscal responsável e políticas de distribuição de renda e inclusão social. Que não tenhamos ilusões, o novo governo, que poderá ser inaugurado com o nosso voto, é um governo de transição, cujo objetivo principal é reconciliar a nação, apostando no diálogo para a retomada da confiança, a volta do investimento e para o fortalecimento das nossas instituições e do regime democrático”, disse o socialista em seu pronunciamento, ainda na madrugada de ontem, antes da votação. O senador não se pronunciou após o resultado do julgamento.