Os principais líderes do PSDB optaram pela discrição ao comentar a denúncia apresentada na quarta-feira (14) pelo Ministério Público contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela força-tarefa da Operação Lava Jato. "Sou uma pessoa cautelosa, é preciso ver o que diz a Justiça", afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, depois de um encontro com o candidato do partido à prefeitura do Rio, Carlos Roberto Osório, com quem almoçou no Jockey Clube do Rio. "O presidente Lula passa por um momento difícil", completou.
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Para o ex-presidente, o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) são "páginas viradas". A diferença, afirmou, é que a perda de mandato do ex-presidente da Câmara "é um caso menor, que não tem consequência histórica", avaliou Fernando Henrique.
Para Aécio Neves
Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) evitou comentar o tom político da entrevista dos procuradores da Lava Jato ao anunciarem a denúncia, em Curitiba. "Não tenho condição de avaliar a retórica do Ministério Público", declarou. Embora tenha dito que o PT "tentar transferir a outros a responsabilidade que é dele", Aécio também não quis se aprofundar em comentários na denúncia contra Lula. "Nosso papel hoje não é contestar, agravar, radicalizar", afirmou.
Mais uma vez, o tucano rejeitou a acusação do golpe, feita pelo PT e seus aliados para explicar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, e disse que os esforços do governo do presidente Michel Temer devem se concentrar na aprovação das reformas. Aécio repetiu que a crise atual "é consequência da incompetência e da irresponsabilidade" do PT. "O que nos anima é levar o governo constitucionalmente empossado a fazer as reforma de que o País precisa", declarou.