A Força Tarefa da Polícia Federal detalhou na manhã desta segunda-feira (26) as investigações da 35º fase da Operação Lava-Jato que culminaram na prisão do ex-ministro Antonio Palocci. De acordo com o delegado da Polícia Federal, Filipe Hille Pace, o ex-ministro tinha reuniões frequentes com Marcelo Odebrecht e outros executivos onde eram tratados negócios mediante recebimento de propinas pago pela empreiteira. "As praticas, condutas criminosas, aconteciam mesmo com Palocci já fora do seu cargo e de qualquer cargo na gestão federal. Não restam dúvidas que Palocci tinha um papel maior que Dirceu”, disse Hille Pace.
Leia Também
Segundo a procuradora da república, Laura Gonçalves Tessler, a atuação de Palocci era "intensa e reiterada na defesa de interesses da Odebrecht perante a administração pública federal". Ainda de acordo com a procuradora, o ex-ministro atuou como gestor dessa conta, tendo atuado de 2006 até novembro de 2013. "Esses encontros eram realizados na residência de Palocci, denotando além da proximidade o interesse que essas reuniãos não fossem do conhecimento das outras pessoas", disse.
O extrato dos pagamentos era consolidado em uma planilha: "Posição Programa Especial Italiano", que utilizando-se o termo "italiano" como codinome para o ex-ministro. Na planilha apreendida durante a operação identificou-se que entre 2008 e o final de 2013, foram pagos mais de R$ 128 milhões ao PT e seus agentes, incluindo Palocci, para que ele gerisse os valores no interesse do Partido dos Trabalhadores. Em outubro de 2013, o saldo de propina era de R$ 70 milhões.
Instituto Lula
Além dos pagamentos realizados em favor dos marqueteiros do PT Mônica Moura e João Santana, conforme o Ministério Público Federal, as planilhas encontradas no Departamento de Operações Estruturas da Odebrecht, registram dados sobre a aquisição do terreno inicialmente destinado à construção da nova sede do Instituto Lula, referido na planilha pela rubrica 'Prédio (IL).
As medidas cumpridas nesta data decorreram a partir da análise detalhada de e-mails e anotações registradas em celulares apreendidos em fase anterior da Lava-Jato.