DISPUTA

Base de Temer trava 'guerra silenciosa'

PMDB, partido do presidente, pretende conquistar ao menos 1,2 mil prefeituras

Cadastrado por
Ricardo Brito
Erich Decat
Igor Gadelha da Estadão Conteúdo
Publicado em 02/10/2016 às 8:54
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PMDB, partido do presidente, pretende conquistar ao menos 1,2 mil prefeituras - FOTO: Divulgação
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Apesar dos discursos públicos de que são parceiros em nível federal, o PMDB e o PSDB chegam ao primeiro turno das eleições municipais travando uma "guerra silenciosa": quem vai eleger o maior número de prefeitos na disputa pelas 5.568 cidades brasileiras?

Peemedebistas e tucanos sabem que uma maior capilaridade no País - prefeitos são fortes cabos eleitorais de futuros candidatos a deputado federal e senador em 2018 - pode ajudar na formação de grandes bancadas parlamentares, com força para influenciar o futuro presidente da República, ainda que não sejam desses partidos.

O PMDB, de Michel Temer, o presidente que não fez campanha para não prejudicar o apoio futuro de aliados na votação do ajuste fiscal, quer aprofundar seu processo de interiorização no Brasil e pretende conquistar ao menos 1,2 mil prefeituras este ano, 23% a mais do que as 1.024 cidades de 2012. O partido tenta ainda uma inédita vitória em São Paulo, com Marta Suplicy, e no Rio, com Pedro Paulo, após oito anos de gestão Eduardo Paes, para ampliar seu poder mesmo sem um sucessor natural para o Planalto em 2018.

Já o PSDB tem um desafio audacioso: superar o PMDB em número de prefeituras - elegeu 704 prefeitos há quatro anos. Os tucanos têm dado prioridade a campanhas nas cidades com mais de 100 mil habitantes e, com base em pesquisas, entram na reta final com a perspectiva de vencer em dois importantes colégios eleitorais ligados a dois caciques partidários apontados como prováveis candidatos a presidente: João Doria, em São Paulo, nome do governador Geraldo Alckmin; e João Leite, em Belo Horizonte, candidato do presidente do partido, Aécio Neves.

PÓS-IMPEACHMENT

As legendas também atuam sobre o espólio do PT, apeado do Planalto após o impeachment de Dilma Rousseff, que luta para não perder o comando de capitais importantes - como São Paulo, com Fernando Haddad - e manter as 635 prefeituras conquistadas em 2012.

O DEM, que voltou a ser governo após 14 anos na oposição e comanda a Câmara com Rodrigo Maia (RJ), após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer superar os 278 municípios da eleição passada e aspira lançar candidato presidencial em 2018 - o líder do partido no Senado, Ronaldo Caiado (GO), é um nome lembrado. Partidos médios, como PP, PSD e PTB, antes na órbita de Dilma, querem uma recolocação política sob Temer.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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