O presidente Michel Temer afirmou, por meio de seu porta-voz Alexandre Parola, que viu "novamente com grande satisfação" a aprovação da PEC que limita os gastos públicos em segundo turno na Câmara e ressaltou novamente que a medida não vai tirar recursos da Saúde e da Educação.
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"O presidente Michel Temer observa que ao longo de todas as conversas mantidas com deputados e deputadas deixou sempre claro que setores essenciais como saúde e educação são e serão preservados pela PEC e pelo governo, que faz investimento social responsável como inarredável de suas prioridades", disse o porta-voz.
Na mensagem, Temer agradeceu "em primeiro lugar, as lideranças da Câmara e a cada deputado e deputada" e disse que os votos obtidos refletem "o convencimento em torno de uma iniciativa, que todos sabemos que é essencial para a reconstrução da economia brasileira". "Também indica a existência de um consenso sólido em torno do rumo a seguir, mostra-se assim reforçada a convicção da nossa sociedade com o imperativo de manter a responsabilidade com as contas públicas", completou.
Para o presidente, "o Brasil que se está desenhando a cada dia e a cada votação é um País que entende que a responsabilidade fiscal e social representam os fundamentos da recuperação do emprego e do crescimento sustentável".
Em sua mensagem, Temer disse ainda que um governo com responsabilidade fiscal é uma das formas de respeito aos impostos recolhidos dos trabalhadores e empresariado. "E devem ser usados com eficiência e transparência".
Placar "baixo"
A matéria foi aprovada há pouco por 359 votos, placar inferior ao registrado no primeiro turno, quando foi votada por 366 deputados. Apesar disso, no Planalto, o resultado abaixo do esperado foi minimizado por Temer. Nas contas preliminares do governo, a oposição de fato conquistou cinco votos, mas pelo menos 21 parlamentares que votariam pela PEC estão fora de Brasília, sendo ao menos seis em viagens no exterior e outros envolvidos na campanha municipal.
Temer assistiu o resultado da votação em seu gabinete com os ministros Geddel Vieira Lima (secretaria de Governo), Eliseu Padilha (Casa Civil), o secretário de PPI, Moreira Franco; o assessor especial Rodrigo Rocha Loures e o presidente do PMDB-SP, José Yunes. Segundo interlocutores, Temer estava com a sensação de "missão cumprida", alegre e grato pela união da base aliada, que tem demonstrado compromisso com as reformas.
O presidente ainda vai ligar para os líderes da base e para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para agradecer a votação.
Parte do governo trabalhava com a meta de chegar a até 400 votos e acreditava que poderia demonstrar a força da base aliada para as reformas econômicas ao mercado. O objetivo era, pelo menos, que segundo turno tivesse um placar mais expressivo do que o primeiro, quando o governo chegou a ameaçar retaliações - com perdas de cargos e emendas - aqueles deputados da base que não votassem pela aprovação da proposta.
Hoje pela manhã, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que esperava um placar de 370 votos. "Vamos aprovar, não tem dúvida nenhuma que vamos aprovar. Tivemos um excepcional desempenho no primeiro turno, penso que no segundo temos tudo para repeti-lo", disse. Questionado se tinha um palpite sobre o placar, Padilha, que gosta de destacar seus acertos em votações, afirmou que os 308 necessários para aprovar a matéria já serão bons, mas previu um placar superior aos 366 votos do primeiro turno. "Devemos ter mais de 370 votos", disse.