O presidente nacional, do PT, Rui Falcão, cobrou da Justiça esclarecimentos sobre o cheque no valor de R$ 1 milhão que teria sido pago pela construtora Andrade Gutierrez para Michel Temer durante a campanha de 2014, denúncia que foi apresentada pela defesa da ex-presidente Dilma Rousseff ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o depoimento de Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha, no processo que a Corte analisa e que pode cassar a chapa Dilma/Temer.
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Se a denúncia for confirmada, afirmou Falcão, o depoimento do presidente da empreiteira, Otávio Azevedo, dizendo que o dinheiro foi repassado ao PT, precisa ser anulado. "Esse tipo de delação que tem servido como prova para muitas condenações precisa ser questionado. Se é verdade esse cheque, o depoimento dele precisa ser anulado", disse Falcão, durante coletiva de imprensa no intervalo da reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo.
Denúncia
O presidente nacional do PT afirmou ainda que a denúncia de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria recebido dinheiro vivo de propina da empreiteira Odebrecht, conforme reportagem da revista IstoÉ, é mais uma denúncia contra Lula que não tem comprovação.
Falcão disse que uma delação premiada, por si só, não é uma prova. "É mais uma de tantas denúncias ou delação que vem tentando envolver o presidente Lula, todas elas sem nenhuma comprovação", disse o presidente do PT, em entrevista coletiva à imprensa durante intervalo da reunião do Diretório.
Para o presidente da sigla, está se criando um clima em que uma "simples delação" vira instrumento de julgamento final. "Nós vimos agora, inclusive, depois de oito anos de denúncias já desmentidas e de acordos firmados com o Ministério Público, a tentativa de condenar o João Vaccari por conta da Bancoop. Ele foi absolvido", disse, ao citar o caso do ex-tesoureiro do PT, que foi absolvido em processo que o indicava como responsável pelo suposto rombo de R$ 100 milhões nas contas da Bancoop, da qual era presidente.
Presidência do PT
Falcão afirmou também que uma eventual escolha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir a legenda a partir do ano que vem é defendida por alguns integrantes, mas que o tema vai ser discutido com todos que participarem do processo eleitoral da legenda, inclusive Lula.
O ex-presidente esteve ontem e está hoje na reunião do Diretório Nacional do PT em São Paulo e foi responsável por colocar uma proposta de eleição da direção da legenda através de delegados escolhidos em congressos nos municípios e nos Estados. Falcão afirmou que a articulação de Lula não garante a ele gabarito para dirigir o PT. "Tem companheiros que acham que o presidente Lula deveria dirigir o PT e outros acham que não, esse debate vai ser feito com todos, inclusive com ele", afirmou Falcão.
O Diretório aprovou convocar o Congresso Nacional do PT, que vai eleger a próxima direção, nos dias 7, 8 e 9 de abril. Para chegar ao congresso, serão eleitos delegados nos diretórios municipais para congressos estaduais, que por sua vez vão eleger representantes para irem ao encontro nacional e escolher a direção do partido.