O presidente Michel Temer disse que o Brasil está numa recessão profunda e que o governo tem que tomar medidas amargas para retomar o crescimento econômico. A afirmação foi feita a senadores, em discurso durante jantar oferecido a congressistas no Palácio da Alvorada na noite desta quarta-feira (16).
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"(Vivemos) uma recessão extremamente preocupante. O primeiro passo é tirar o país da recessão para depois começar o crescimento e depois o emprego. Não vamos ter ilusão que se combate a recessão com medidas doces. Você precisa muitas vezes de medidas amargas e essas medidas visam ao futuro e não ao presente", afirmou Temer aos congressistas.
O jantar teve o objetivo de consolidar o apoio à PEC do Teto dos Gastos no Senado. A primeira votação em plenário está marcada para o dia 29. O segundo turno será no dia 13 de dezembro. O governo precisa de 49 votos dos 81 senadores para aprovar a medida.
O encontro reuniu 82 convidados, entre senadores, ministros e líderes da Câmara, segundo o Palácio do Planalto. Antes da aprovação da PEC do Teto na Câmara, em outubro, Temer promoveu um evento semelhantes com deputados.
O presidente voltou a dizer que o seu governo tem tido um apoio "extraordinário do Congresso Nacional" e que a PEC do Teto é a primeira medida para a saída da recessão. "Quando vemos um déficit de R$ 170 bilhões, achamos que é normal, mas não é normal", disse. "São déficits preocupantes."
Temer disse ainda que após a aprovação da PEC, o passo seguinte será a reforma da Previdência. "Vai ser difícil? Vai, mas creio que já há uma consciência nacional, as pesquisas revelam, que ela é indispensável. Não há como fugir dela", afirmou, ressaltando que o Brasil não está "fora do planeta" e que outros países têm regras previdenciárias diferentes das nossas.
Na sequência, o presidente defendeu que é necessário o encaminhamento de uma reforma trabalhista. Temer lembrou que o Supremo Tribunal Federal já começou a promover decisões em que o acordado prevalece sobre o legislado e citou uma medida da ex-presidente Dilma Rousseff como positiva. "A senhora ex-presidente, no passado, editou uma MP que permitia que em convenção coletiva se reduzisse 30% dos salários. É uma coisa de uma naturalidade extraordinária. O que é preciso é consolidar essas regras para gerar lá na frente o crescimento", afirmou.
Estranhamento
Ao agradecer a presença dos senadores e de líderes da Câmara que no jantar, Temer fez uma crítica indireta a Dilma e disse que ouviu com estranhamento o fato de muitos estarem pela primeira vez do Palácio da Alvorada. "Me soa estranho, porque o legislativo tem que estar aqui no Executivo, especialmente no Palácio do Alvorada", afirmou. "Estejam muito à vontade. Que façamos um jantar de confraternização, apenas estamos dando um sentido de trabalho a esse jantar para reforçar que o legislativo trabalha durante o dia e durante a noite, inclusive durante o jantar", disse.