O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, decidiu deixar o cargo após o agravamento da crise envolvendo seu nome, o do ministro da Casa Civil Eliseu Padilha e o presidente Michel Temer. As informações são da Folha de S. Paulo.
Leia Também
- Juíza determina paralisação das obras de prédio do caso Geddel
- Cerveró cita Geddel e Renan em depoimento no processo contra Lula
- Calero prestou depoimento à PF sobre Geddel
- PGR analisa abrir inquérito para investigar Geddel Vieira Lima
- Em depoimento à PF, Calero disse que Temer o pressionou no caso Geddel
Geddel Vieira já teria comunicado sua decisão a aliados. O anúncio deve ser feito ainda nesta sexta-feira (25).
Veja abaixo a carta de demissão do ministro:
Denúncias de Marcelo Calero
Após pedir demissão, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero alegou ter sido "pressionado" por Geddel para liberar as obras do empreendimento de alto padrão La Vue Ladeira da Barra, em Salvador, onde o ministro diz possuir apartamento.
Calero também afirmou que, além de Geddel, o presidente Michel Temer teria pressionado pela resolução do problema no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) de modo a satisfazer os interesses do ministro que disse possuir apartamento no prédio.
Calero gravou conversas com Temer, Geddel e Eliseu Padilha
Dias antes de deixar o governo, o ex-ministro da Cultura gravou conversas com o Michel Temer, Geddel e Eliseu Padilha. Para que as gravações sejam periciadas e analisadas pela Polícia Federal (PF) é preciso que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorize a abertura de investigação.
Em 6 de novembro, Calero afirmou ter recebido "a mais contundente das ligações" de Geddel. No telefonema, o ministro da Secretaria de Governo deixou claro "que não gostaria de ser surpreendido com qualquer decisão que pudesse contrariar seus interesses".
Na versão do ex-ministro da Cultura, Geddel disse, "de maneira muito arrogante", que, se fosse preciso, "pediria a cabeça" da presidente do Iphan, Katia Bogéa, e falaria até mesmo com Temer
Calero contou à PF que tanto Padilha quanto Temer insistiram para que ele levasse o processo sobre o prédio à Advocacia-Geral da União. Relatou ainda sua contrariedade com as pressões e desabafou com Nara de Deus, chefe de gabinete de Temer, que teria ficado "estupefata".
Presidente da República não trata de assunto privado com ministro de estado. Mas Michel Temer tratou
Sejamos objetivos: o presidente da República, em hipótese alguma, pode tratar de assuntos privados com nenhum de seus ministros. Não pode, como árbitro, se meter em questões que digam interesse particular a qualquer cidadão. Dito de outra forma: o presidente da República só pode tratar de assuntos de interesse público. Leia mais no Blog JC Negócios.