Após a Polícia Federal confirmar que houve vazamentos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o ministro da Educação e Cultura Mendonça Filho (DEM-PE) afirmou que o exame não será cancelado: “categoricamente nada muda”. Conforme Mendonça, em entrevista ao programa Passando a limpo da Radio Jornal, não existe nenhuma novidade diante daquilo que já foi divulgado anteriormente. “A investigação prossegue e ela vai chegar ao seu fim identificando todos que participaram da tentativa de fraude e os que tentaram se beneficiar serão eliminados. E os que participaram serão punidos criminalmente”, disse.
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Mendonça disse que não há necessidade de prejudicar milhões de brasileiros por causa de “alguns poucos” que tentaram fraudar o exame e foram pegos.
O ministro preferiu não opinar sobre a possibilidade do Procurador Oscar Costa Filho, do Ministério Público do Ceará, estar praticando abuso de poder, por tentar impedir o Enem por várias vezes. “Prefiro não misturar os temas, até porque o momento está tão quente. Mas todo ano ele implica com o Enem, não sei o que ele tem com relação do Enem, mas todo ano ele sempre tenta impedir que o Enem seja aplicado. Não vou fazer uma analise do ponto de vista do procurador”, disse.
O Enem sempre sofre com tentativas de fraudes durante a aplicação do exame, com relação a essas tentativas, Mendonça disse que logo após o domingo (4), dia da última prova da segunda etapa do exame, será iniciado um debate para discutir processos adicionais de segurança que garantam a lisura do certame. “Infelizmente não dá para ficar 100% garantido dessas tentativas de fraude, porque envolve milhões de pessoas, então sempre vai ter uma mente pervertida que vai tentar de alguma maneira levar vantagem. O importante é que o Estado esteja aparelhado para coibir isso”, concluiu.
Ensino médio à distância e Fies
O ministro da Educação já afirmou em entrevistas que uma das metas da sua gestão é dar importância ao ensino médio, afirmando que a educação deve ser igualada às prioridades com a economia no governo Temer. Sobre o Fies, Mendonça afirmou que irá tentar ampliar a oferta de crédito do financiamento.
Questionado sobre a possibilidade de aprovar o ensino a distância em até 20% da carga horária do ensino médio regular noturno, Mendonça disse que não pode antecipar se aprovaria a opção. “Se sabe que a evolução da educação a distancia é muito grande, se for uma coisa segura e que represente um avanço para o estudante, podemos analisar e até sancionar a lei, então é uma etapa que vamos discutir logo logo”, disse.
Em um dos últimos atos enquanto ministro da Educação, em janeiro do 2012, Fernando Haddad (PT-SP) vetou o trecho da resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) que recomendava a oferta.
