Após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio, afastar o presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) nesta segunda-feira (5), o primeiro vice-presidente do Senado, o senador Jorge Viana (PT-AC) é o primeiro nome na linha de sucessão ao cargo e aguarda a notificação oficial para que possa assumir a presidência da casa ainda nesta terça-feira (6).
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Natural de Rio Branco, no Acre, Jorge Viana, 57 anos, já cumpriu mandados de prefeito de Rio Branco (1993-1996), de governador (1998-2006) e atualmente senador (2011) pelo estado do Acre. Todos pelo PT. Citado pela Revista Time como sendo uma liderança promissora na América Latina, teve a ultima campanha eleitoral investigada por compras de votos e atualmente está sendo investigado pela Operação Lava Jato, que desconfia que o político seja “o menino da floresta”, que aparece na lista de propinas da empreiteira Odebrecht.
Em outro momento, Jorge Viana sugeriu em áudio monitorado pela Policia Federal (PF) que o ex-presidente Lula deveria desacatar o juiz Sergio Moro, com a finalidade de se tornar um preso político. Na conversa divulgada o senador ainda fala que a situação causaria uma “comoção no país”.
Viana, em 2003, chegou a ser indiciado por formação de quadrilha, cartel e corrupção ativa e passiva enquanto diretor de Análises Clínicas da Secretaria Estadual de Saúde. À época, o sobrinho de Viana, Tiago Paiva, chegou a ser preso por envolvimento de desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo liberado para responder ao processo em liberdade.
Engenheiro florestal por formação, pela Universidade de Brasília (UnB), Viana defendeu a aprovação pelo Senado do Acordo do Clima, da COP-21, assinado em Paris. No entanto, foi contra a decisão do STF de proibir a vaquejada, defendendo a regulamentação da atividade.
Pec do Teto dos Gastos
Agora a preocupação do governo de Michel Temer, que é maioria no Plenário, é que Jorge Viana mantenha a agenda de votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016 do Teto dos Gastos Públicos, que estava prevista para ser votada na próxima terça-feira (13). Sobre o assunto, Viana despista. Em nota oficial o senador afirmou que aguarda a notificação oficial para poder falar sobre os rumos que dará a casa. Porém o líder da oposição do Senado, Lindebergh Farias (PT-RJ) já fala que Viana será aconselhado a votar pela adiamento da votação.
