Avaliação política

Paulo Câmara diz que Temer precisa cumprir promessa de união nacional

Governador afirmou que Temer tem que conversar mais com governadores e prefeitos e se disse contra a antecipação de uma nova eleição para presidente da República

Franco Benites
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Publicado em 19/12/2016 às 13:00
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Governador afirmou que Temer tem que conversar mais com governadores e prefeitos e se disse contra a antecipação de uma nova eleição para presidente da República - FOTO: Ashley Melo/JC Imagem
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Vice-presidente nacional do PSB, o governador Paulo Câmara declarou nesta segunda-feira, em entrevista à Rádio Jornal, que esperava mais do presidente Michel Temer (PMDB). O pernambucano destacou que o peemedebista precisa cumprir o que prometeu assim que ficou com a faixa presidencial no lugar de Dilma Rousseff (PT).

"Esperava que o presidente Temer conseguisse fazer uma união nacional mais ampla e conversasse mais com governadores e com prefeito. Ele fez um governo inicialmente mais voltado para o Congresso. Evidentemente, ele precisava aprovar medidas importantes, mas é muito importante ampliar o leque de soluções e discussões. O presidente Temer precisa fazer aquilo que ele disse que ia fazer: um grande governo de união nacional. A gente não vê essa união nacional tão forte como deveria para enfrentar como deve ser enfrentada essa crise nacional", afirmou.

O governador de Pernambuco foi um dos nomes do PSB que defenderam a realização de novas eleições diretas para presidente da República este ano. No entanto, destaca que agora Michel Temer deve terminar seu mandato à frente do País.

"Não vejo elemento para antecipação de eleições. A gente acabou de sair de um processo de impeachment, um processo traumático, que no meu entendimento não fez bem ao Brasil. Estamos tentando arrumar as coisas, juntar os pedaços de vidro que foram para tudo que é lado para que o Brasil tenha o mínimo de união nacional. Acho que o presidente Temer tem que fazer tudo aquilo que ele pregou fazer, que é um governo de união nacional, com pautas que pensem não apenas o curto prazo, mas o médio e longo prazo", declarou.

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Para Paulo Câmara, o "timing" de uma nova eleição direta para presidente da República se perdeu.

"Quando do impeachment, achávamos que a melhor solução eram novas eleições. Mas apenas o impeachment da presidente Dilma não resolveria. Teria que ter a renúncia do vice-presidente ou o julgmaneto do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Como uma coisa e nem outra aconteceu, a gente tem que trabalhar e unir esforços pelo Brasil", disse.

Paulo Câmara lembrou que a cúpula do partido foi contra uma participação no governo Temer com cargos, mas ressaltou que prevaleceu a decisão da bancada federal. Hoje, o PSB integra a gestão peemedebista com o ministro de Minas e Energia Fernando Filho, que é filho do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).

Apesar dessa participação na administração Temer, o PSB tem adotado posturas críticas em relação à gestão em votações no Congresso.

"O PSB tem contribuído da maneira que a gente entende, de maneira propositiva quando se tem que ser propositivo, apoiando propostas que no nosso entendimento vão ao encontro da melhoria do Brasil", sublinhou o governador. 

LAVA JATO

Sobre a operação Lava Jato, que já citou os nomes do ex-governador Eduardo Campos, padrinho político de Paulo Câmara, e de Fernando Bezerra Coelho, o governador defendeu que as investigações sejam feitas de maneira responsável.

"Essa questão da Lava Jato e todas essas denúncias que estão sendo colocadas precisam ser investigadas no seu tempo e na forma mais correta e séria possível. Tudo tem seu tempo. Não cabe antecipar ou prorrogar. Tem que ser feita no seu tempo com todas as ferramentas necessárias. Agora, sou contra pré-julgamentos e vazamentos. Isso não contribui. Você querer de alguma forma transformar uma pessoa que não teve nem direito de defesa ainda em réu isso não faz bem para o processo. Mas investigar, cumprir os ritos e dar direito de defesa isso tem que ser feito em todas as esferas e não apenas nessa operação específica", opinou.

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