O deputado federal Sérgio Zveiter (PODE-RJ) confirmou que fez dobradinha com o ex-cunhado da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), Marcus Vinicius, nas eleições de 2010, mas que não lembrava de ter feito campanha em Cavalcanti, bairro na zona norte do Rio.
Leia Também
- Sérgio Zveiter: PSDB não pode querer se esconder atrás do PSC
- Zveiter, que deu parecer contra Temer, pede desfiliação do PMDB
- Após parecer contra Temer, Zveiter perde vice-liderança do PMDB
- Roberto Jefferson diz que apenas a esquerda 'vai chorar' se Lula for preso
- 'Estão tentando destruir' vida de Cristiane, diz Roberto Jefferson
- 'Ela está pagando o preço por ser minha filha', diz Roberto Jefferson
O jornal O Estado de S.Paulo mostrou neste sábado (3), que Cristiane é alvo de um inquérito que apura suspeitas de associação para o tráfico durante a campanha eleitoral de 2010. A investigação foi enviada na sexta-feira (2), à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, porque Cristiane possui foro privilegiado. No final do ano passado, ela foi escolhida pelo presidente Temer para assumir o ministério do Trabalho.
O inquérito também apura suposto envolvimento no caso do deputado estadual Marcus Vinicius (PTB), ex-cunhado da parlamentar, e três assessores dela na época. Eles são acusados de dar dinheiro a traficantes de Cavalcanti, bairro pobre da zona norte da cidade e uma das bases eleitorais da deputada.
Declaração no Twitter
Pelo Twitter, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, pai da deputada, disse estar "assombrado" pela investigação vir a público oito anos depois dos fatos investigados. Ele questionou ainda o fato do inquérito não envolver o nome de Zveiter.
"Por que o nome de Zveiter não consta do inquérito? Por que votou contra o presidente Temer na Câmara (ele foi o relator da denúncia) e contra o impeachment de Dilma?", escreveu Jefferson.
O presidente do PTB enxerga na acusação à sua filha retaliação do PT por ele ter denunciado o mensalão, primeiro grande esquema de corrupção envolvendo o partido e o governo do ex-presidente Lula. Por ser contra Temer, Zveiter teria sido protegido, suspeita.
Zveiter evitou comentar as declarações do presidente do PTB e disse que, se o seu nome não está no inquérito que investiga a deputada, não haveria porque se manifestar.