Depois do PP, PT e MDB também deverão ser alvo de ações de improbidade administrativa movidas pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Os dois partidos dividiam com o PP o controle das três principais diretorias da Petrobras, por meio das quais, segundo o Ministério Público Federal, foram desviados mais de R$ 40 bilhões em propinas em 10 anos.
Na ação contra o PP e seus políticos, o MPF sustenta que a legenda, como pessoa jurídica, deve ser responsabilizada, "quer porque seus agentes receberam propina por meio de doações eleitorais simuladas, quer porque seus candidatos foram eleitos com financiamento irregular, quer porque a agremiação partidária recebeu recursos públicos via fundo partidário".
Nesta ação, o MPF pede que o PP e os políticos sejam condenados a pagar R$ 2,3 bilhões.
O MPF não comenta ações ainda não apresentadas, mas segundo apurou a reportagem, o valor a ser cobrado do PT deverá ser ainda maior. Segundo os processos criminais, a Diretoria de Serviços, controlada pelo partido, arrecadaria propinas em contratos de todas as áreas - não se restringindo a negócios de sua área -, por ser responsável por fazer contratos e gerenciar obras.
Segundo os procuradores da Lava Jato, o PP (e os demais partidos que ainda serão alvo de processo) "seria beneficiário do pagamento de propina a seus candidatos por meio de doações eleitorais fictícias".
Pela tese da acusação, "com mais dinheiro, o partido teria angariado mais cadeiras na Câmara - notadamente em virtude do sistema proporcional de votos -, assim como conquistado maior porcentual de recursos no Fundo Partidário".