Nesta segunda-feira (14), o governo do presidente Jair Bolsonaro exonerou a educadora Maria Inês Fini da presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Também saíram três outras diretoras do órgão, que é ligado ao Ministério da Educação (MEC) e é o responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Todas as exonerações foram publicadas na edição de hoje do Diário Oficial da União. Maria Inês Fini é pedagoga e era presidente do Inep desde 2016. Ela já havia atuado no órgão entre os anos de 1996 e 2002. Ela é uma das criadoras do Enem e do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
Também deixaram o Inep a diretora de estudos educacionais, Alvana Maria Bof; a diretora de gestão e planejamento, Eunice de Oliveira Ferreira Santos; e a diretora de avaliação de educação básica, Luana Bergmann Soares.
No lugar de Fini, ficará o engenheiro Marcus Vinicius Rodrigues, que é professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para a vaga de diretoria de educação básica, foi indicado o doutor em economia, também pela FGV, Murilo Resende. Ele já foi aluno do Curso Online de Filosofia do escritor Olavo de Carvalho, que é apontado como guru da direita brasileira. Carvalho também seria responsável pela indicação de Ricardo Vélez Rodríguez para o Ministério da Educação.
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Críticas
Bolsonaro criticou a prova do Enem de 2018 em sua campanha eleitoral por conta de uma questão que citava o “dialeto secreto” de gays e travestis, o pajubá. Na época, o presidente afirmou que a pergunta “não media conhecimento nenhum”. O Inep não se pronunciou sobre a fala do então candidato, na ocasião.
Durante a transição de governo, Bolsonaro descartou Fini para o comando do MEC. “Essa não esteve à frente de Enem? Está fora, cartão vermelho”, afirmou na época. A educadora chegou a comentar sobre o episódio, ao qual classificou como “verdadeiro absurdo”.