O senador eleito e deputado estadual Flávio Bolsonaro foi visitar o pai, Jair Bolsonaro, em Brasília, neste sábado (19), um dia após o Jornal Nacional divulgar que o parlamentar recebeu quase 50 depósitos suspeitos entre junho e julho de 2017. Flávio foi abordado pela equipe do jornal O Globo no aeroporto e ao ser questionado sobre os depósitos, que totalizaram R$ 96 mil, ele informou que irá "falar na hora certa". Os depósitos foram descobertos em um trecho do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
"Tudo o que estão fazendo comigo, vou rebater os pontos um a um", declarou o senador eleito. Flávio disse também que está "muito tranquilo e indignado".
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São Paulo
Após o encontro com o pai em Brasília, Flávio voou para São Paulo, para, segundo ele, "visitar uns amigos". Durante o voo ninguém mencionou sobre o escândalo atual, apenas duas pessoas se aproximaram e cumprimentaram o parlamentar.
Relatório do Coaf
Segundo a reportagem, foram R$ 96 mil depositados em cinco dias. O Coaf disse à Rede Globo que não foi possível identificar quem fez os depósitos. O relatório, segundo a reportagem, afirma que o fato de terem sido feitos de forma fracionada desperta suspeita de ocultação da origem do dinheiro. O documento faz parte de um relatório de inteligência financeira (RIF).
O Jornal Nacional informou que esse novo relatório foi pedido pelo Ministério Público do Rio a partir da investigação de movimentação financeira atípica de assessores parlamentares da Alerj.
Conforme a reportagem do JN, o primeiro documento tratava da movimentação dos funcionários da Alerj. Desta vez, diz o jornal, o MP pediu ao Coaf para ampliar o levantamento. O MP pediu o novo relatório ao Coaf em 14 de dezembro e foi atendido no dia 17, um dia antes de Flávio Bolsonaro ser diplomado senador, conforme a reportagem. Portanto, segundo o MP, ele não tinha foro privilegiado na ocasião.
Por causa desse relatório, diz a reportagem, Flávio Bolsonaro questionou a competência do MP no Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu temporariamente a investigação. Ele foi citado no procedimento aberto pelo Ministério Público do Rio contra o ex-assessor Fabrício Queiroz. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro é investigado por movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão durante um ano. O Jornal Nacional procurou a assessoria de Flávio Bolsonaro, mas não obteve resposta, de acordo com a reportagem.