Prestes a ser exonerado do cargo, o ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, questionou o tratamento diferenciado conferido ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. No início do mês, Álvaro Antônio foi alvo de suspeitas sobre uso de candidaturas laranjas em Minas Gerais em 2017. Na época, o ministro do Turismo era presidente do Diretório Estadual. Ele foi mantido no cargo.
Atingido por suspeitas de uso de candidaturas laranjas pelo PSL em Pernambuco, Bebianno afirmou neste sábado que sua inocência no caso é questão de "bom senso". Entre fevereiro e novembro do ano passado, Bebianno era presidente nacional da sigla e coordenava a campanha de Jair Bolsonaro.
"Vincular (o caso de Pernambuco) não tem nada a ver comigo, isso é a lei, o estatuto do partido, é o bom senso. Como alguém na nacional pode controlar o que acontece no Acre, em Rondônia, muito que foi feito lá?", questionou ao deixar o hotel onde mora, em Brasília.
Perplexidade
Indagado sobre como percebe o tratamento que recebeu do governo nos últimos dias e a eventual demissão, Bebianno disse que vê com "perplexidade". "Não sou eu que dispenso o tratamento, eu estou recebendo o tratamento com perplexidade. Quem dispensa o tratamento é que tem que explicar os seus motivos."
Embora responsabilize o diretório estadual pelas decisões da distribuição de verba, o ministro saiu em defesa do deputado Luciano Bivar, na época presidente do diretório estadual do PSL em Pernambuco. Ele disse que Bivar assume as responsabilidades por seu diretório. "Até que se prove o contrário, eu confio no Bivar, ele não fez nada de errado."
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Bebianno afirmou que tem informações de que Bivar "fez tudo de forma absolutamente correta", mas ponderou que, caso contrário, o presidente do diretório estadual seria responsabilizado. "Se for provado algo contrário a responsabilidade não é minha, não é da nacional, isso não existe. Simplesmente a Folha de S.Paulo tenta forçar, induzir essa coisa, mas não é verdade."
Ele culpou reportagens da Folha de S. Paulo por sua ligação ao caso e disse que isso "atinge a honra de uma pessoa de bem, mas ressaltou que "não quer bater boca sobre o assunto".
"Na política a gente sabe como as coisas funcionaram ate aqui. Então a política é muito mal vista. Além disso, o ser humano tem a tendência de acreditar nas versões mais abjetas da história", alegou Bebianno.