GOVERNO

Depois do carnaval, Bolsonaro botará 'peito n'água' sobre reforma, diz Onyx

Ministro também afirmou que os militares ficaram de apresentar um projeto de reforma da carreira em 30 dias

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 27/02/2019 às 15:09
Foto: ABr
Ministro também afirmou que os militares ficaram de apresentar um projeto de reforma da carreira em 30 dias - FOTO: Foto: ABr
Leitura:

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quarta-feira (27) que o presidente da República, Jair Bolsonaro, vai participar ativamente na discussão sobre a reforma da Previdência na sociedade depois do carnaval. O governo foi criticado abertamente pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em relação à comunicação sobre a reforma.

"Logo depois do carnaval o presidente vai botar o peito n'água" sobre a Previdência. É muito importante a presença do presidente nesse debate da Previdência", disse o ministro, durante a 20ª CEO Brasil 2019 Conference, promovida pelo BTG Pactual.

Ele ainda afirmou que os militares ficaram de apresentar um projeto de reforma da carreira em 30 dias. E ressaltou que há um complicador à medida que será necessário alterar cinco leis. Por outro lado, ponderou que as mudanças podem ser feitas todas por projeto de lei, e não com uma emenda à Constituição, como o projeto de reforma da aposentadoria civil.

O ministro voltou a dizer que quer aprovar a reforma até junho nas duas casas e disse esperar que, até lá, todas as carreiras (civil e militar) estejam "no mesmo patamar".

Onyx Lorenzoni afirmou que o plano do governo é zerar o déficit primário em dois anos, mas não deu detalhes. 

Na campanha presidencial, o hoje ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmava que pretendia zerar neste ano o rombo das contas públicas, sobretudo com a utilização de receitas extraordinárias, como privatizações. Com as receitas não recorrentes, no entanto, o déficit voltaria no ano seguinte. 

'Cláusula pétrea'

O ministro da Casa Civil considerou como "cláusula pétrea" e "inegociável" no governo conseguir, "no mínimo", uma economia de R$ 1 trilhão em dez anos com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Nova Previdência. Segundo ele, é possível até negociar mudanças no projeto desde que essa economia seja obtida.

Durante o 20º CEO Brasil 2019 Conference, do BTG Pactual, ele elogiou o ministro da Economia, e afirmou que, com a aprovação da reforma, haverá "um pacote de bondades para governadores e prefeitos".

Sobre a renovação do Congresso, com 46 senadores novos, três suplentes, ou 49 mudanças, e 249 novos deputados federais mostra que "as pessoas em primeiro mandato estão sintonizadas com a vontade da rua", disse. "O governo foi eleito para mudar e estamos proibidos de fazer o velho, o que fracassou", concluiu.

Ele destacou ainda que, para o segundo escalão do governo, o presidente Jair Bolsonaro deu completa liberdade aos ministros para fazerem suas nomeações, desde que se responsabilizem por elas. E voltou a criticar o PT. Onyx afirmou que o partido sustentou ditaduras, como a da Venezuela. Nas palavras do ministro, "o risco de a Venezuela virar uma Síria é um fato".

Últimas notícias