Apoiadores da Operação Lava Jato marcaram, para este domingo (17), uma manifestação contra o Supremo Tribunal Federal (STF), após a Corte decidir que crimes como corrupção e lavagem devem ser julgados na Justiça Eleitoral se estiverem relacionados a caixa dois de campanha.
Segundo membros da força-tarefa da operação, a medida abre brecha para que as sentenças dadas pela Lava Jato sejam anuladas.
O protesto foi marcado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e deve acontecer em diversas cidades do país. No Recife, a manifestação deve a partir das 9h, em Boa Viagem, Zona Sul da cidade. Em um evento criado pelo grupo no Facebook, por volta das 15h30 deste sábado (16), mais 200 pessoas confirmaram presença no ato na capital pernambucana e cerca de 680 demonstraram interesse.
Redes sociais
No Twitter, a hashtag #Dia17nasRUAS está entre os assuntos mais comentados da rede social. Nas postagens, vários usuários pedem impeachment de minsitros do STF e declaram apoio à Lava Jato.
ATENÇÃO
— Cassio Lacerda ???????? (@CassioLacerdaBR) 16 de março de 2019
Domingo 17/03, vamos às ruas participar da manifestação contra o fim da Lava Jato.
Verás que um filho teu não foge à luta. Pátria amada, Brasil! ????????
????????????#Dia17nasRUAS pic.twitter.com/ud9zPphvkS
#Dia17nasRuas vamos exigir o impeachment dos ministros do STF. pic.twitter.com/lN3723QWYX
— ?Claudia ? 40k (@SrtaLawyerBr17) 16 de março de 2019
Procuradores
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) promove em Curitiba um ato de desagravo à força-tarefa da Operação Lava Jato, na deste sábado. O ato é uma resposta aos ataques públicos dos últimos dias ao Ministério Público Federal e às investigações de combate à corrupção e serve também para pontuar críticas à ação movida pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, contra acordo assinado entre o Ministério Público Federal e a Petrobrás para reverter 80% da multa paga pela estatal nos Estados Unidos para uma fundação no Brasil.
O ministro Gilmar Mendes acusou procuradores de agirem com 'métodos de gângster'. O ataque sem precedentes ocorreu durante a sessão plenária de quinta, 14. Nela, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, anunciou uma representação contra um membro da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, o procurador da Diogo Castor, e a abertura de um inquérito no qual serão investigados supostos crimes e infrações de membros do Ministério Público em ataques à corte.
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A maior e principal entidade de promotores e procuradores em todo o País - Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) - repudiou na sexta (15) com veemência, o feroz ataque do ministro Gilmar Mendes a integrantes da força-tarefa. Participarão do evento em Curitiba neste sábado o presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti, e outros integrantes da diretoria da entidade, membros da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, origem do escândalo Petrobrás, e representantes da Conamp e do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG). O evento será no auditório do Ministério Público Federal no Paraná, em Curitiba.
Interno
O ato também servirá para esclarecer as críticas ao acordo firmado pela Lava Jato com a Petrobrás para tentar reverter 80% dos recursos da multa que a estatal pagará a autoridades dos Estados Unidos, pelos desvios em seus contratos. Raquel Dodge solicitouo ao Supremo Tribunal Federal que suspendesse o acordo, que criava o fundo de R$ 2,5 bilhões.
Ela moveu um ação questionando o ato e gerou uma crise interna no MPF. Dois procuradores da República que atuavam em uma secretaria vinculada ao gabinete de Raquel pediram demissão, o que foi recebido pela categoria como um protesto. Os procuradores Pablo Coutinho Barreto e Vitor Souza Cunha eram chefes da Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (SPPEA), que realiza um trabalho de investigação criminal.