O presidente Jair Bolsonaro chegou neste domingo (17) aos Estados Unidos, onde vai se reunir na terça com o colega americano, Donald Trump, para selar uma incipiente aliança conservadora, fortalecer laços econômicos e militares e intensificar a pressão sobre a Venezuela.
A aeronave trazendo Bolsonaro pousou na base Andrews, da Força Aérea americana, nos arredores de Washington, às 15H40 locais (16H40 de Brasília). Esta é a primeira visita oficial de Bolsonaro ao exterior desde que assumiu o poder, em 1º de janeiro.
O presidente decolou da base aérea de Brasília por volta das 8h00 com seis ministros, incluindo o chanceler Ernesto Araújo; o ministro da Economia, Paulo Guedes; e o da Justiça e Segurança, Sérgio Moro.
Seu filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro - muito ativo nas articulações com representantes da onda neoconservadora mundial - já está nos Estados Unidos. O presidente brasileiro estará na capital americana até a terça-feira e ficará na Blair House, residência oficial para hóspedes situada em frente à Casa Branca.
Bolsonaro anunciou esta semana que o destaque da visita será a assinatura de um acordo que permitirá o lançamento de satélites americanos a partir da base de Alcântara, no Maranhão (nordeste).
Além de manter uma reunião privada com Trump na terça-feira no Salão Oval da Casa Branca, Bolsonaro aproveitará sua estada em Washington para se reunir com o secretário-geral da Organização de Estados Americanos, Luis Almagro, e participará de vários fóruns sobre as oportunidades que a economia brasileira oferece.
Na noite de domingo, o presidente vai jantar na residência do embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, com "vários formadores de opinião".
Segundo fontes diplomáticas, estarão presentes ao evento o escritor brasileiro radicado nos Estados Unidos Olavo de Carvalho, considerado o guru de Bolsonaro, e Steve Bannon, o polêmico ex-assessor do presidente americano.
Venezuela na agenda
Um dos eixos da agenda bilateral é a crise na Venezuela. A oposição ferrenha ao que os dois governos consideram uma "ditadura" no país caribenho é um dos temas que mais une os presidentes.
Os Estados Unidos estão à frente dos mais de 50 países - entre eles o Brasil - a reconhecer o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino, e aplicou sanções econômicas e um embargo ao petróleo venezuelano, crucial para a sua economia, que começará a vigorar em 28 de abril.
Na quinta-feira, Bolsonaro anunciou que durante sua visita será assinado o acordo de salvaguardas tecnológicas que permitirá o uso da base de Alcântara, no Maranhão, para o lançamento de foguetes americanos.
A base de Alcântara de uma localização ideal aos lançamentos espaciais por sua proximidade com a linha do equador, o que permite economizar 30% em combustível ou transportar mais carga.
Espera-se também que ambos os líderes discutam medidas para aumentar o comércio bilateral e a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Após sua viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro visitará o Chile e viajará a Israel no final do mês, em um sinal claro de sua tentativa de se aproximar de governos que ele considera comprometidos com suas opções ideológicas conservadoras e economicamente liberais.
No Twitter, Bolsonaro agradeceu ao Governo Americano a hospedagem e que o encontro representa o "começo de uma parceria pela liberdade e prosperidade, como os brasileiros sempre desejaram".
Pela primeira vez em muito tempo, um Presidente brasileiro que não é anti-americano chega a Washington. É o começo de uma parceria pela liberdade e prosperidade, como os brasileiros sempre desejaram.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 17 de março de 2019
Nos hospedaremos na Blair House. É uma honraria concedida a pouquíssimos Chefes de Estado, além de não custar um centavo aos cofres públicos. Agradecemos ao Governo Americano a todo respeito e carinho que nos está sendo dado. ????????????????????
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 17 de março de 2019