O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta segunda-feira, 18, que falta ao governo federal um "ajuste fino" na articulação política para aprovar a reforma da Previdência no Congresso, após participar de reunião em São Paulo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
"Há um sentimento - posso falar pelo Senado e, além disso, fui 12 anos deputado federal, tenho muitos amigos na Câmara - de que falta um ajuste fino na política, que é o governo se empenhar pessoalmente, se dedicar na Câmara e no Senado para dialogar", disse Alcolumbre.
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Ainda segundo ele, falta ao governo entendimento com as lideranças dos partidos políticos. "O governo adotou um modelo de relação política e institucional que quebra paradigmas de décadas, é um modelo novo, que precisa ser precedido de conversas, diálogos e entendimentos com os líderes (partidários)", disse.
A sugestão do presidente do Senado é que o governo converse com os presidentes dos partidos. "A metodologia adotada em relação às frentes partidárias vai ser ponto de interligação dessa relação, mas a relação do líder partidário de uma bancada de 30 ou 40 deputados será fundamental para consolidar apoio e o governo terá maior na Câmara e no Senado", afirmou.
Militares
Alcolumbre evitou comentar se a proposta para alterar as regras dos militares está suave ou não, mas defendeu a categoria lembrando que o aumento do tempo de contribuição deles, pela proposta, está sendo elevado de 30 para 35 anos.
Além disso, argumentou, a economia fiscal com os militares é estimada em R$ 100 bilhões em 10 anos pelo estudo do governo, ante uma economia de R$ 1 trilhão para a reforma da Previdência. "Os militares estão dando a sua contribuição", disse.
O presidente do Senado disse ainda que os brasileiros precisam ter a consciência de que os militares são uma "situação diferenciada". "Eles estão de plantão 24 horas por dia, eles não têm hora extra", disse.