Diante da ameaça do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de deixar a articulação política da reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou ontem que não deu motivo para o parlamentar tomar essa atitude e que está aberto para conversar. "Quero saber o motivo pelo qual ele está saindo", disse Bolsonaro, após deixar o Palácio de La Moneda, sede do governo chileno. "Estou sempre aberto ao diálogo. Estou fora do Brasil. Quero saber o motivo, só isso e mais nada. Eu não dei motivo para ele sair", afirmou.
O presidente disse que a declaração de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), com críticas a Maia por adiar a tramitação do projeto anticrime, não é motivo para ele ameaçar sair da articulação política. "Se foi esse o motivo, eu lamento, mas isso não é motivo." Ele afirmou que "todo o Brasil está indignado" com a demora na votação do projeto anticrime.
Bolsonaro disse ainda que é "só conversando" que será possível trazer Maia de volta. "Você nunca teve uma namorada e, quando ela quis ir embora, o que você fez? Não pediu para ela voltar? Você não conversou?", comparou. Ontem, o presidente parece ter escalado seu staff para tratar ontem do assunto.
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Seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o vice Hamilton Mourão e a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso, também tocaram no assunto em tom de afagos e de reconciliação.
Em entrevista, Mourão - que está no exercício da Presidência - afirmou que "compete ao governo lançar pontes" para manter Maia na articulação da reforma. "Rede social não tem a ver com a opinião do Executivo", disse.
Flávio afirmou que Maia "é fundamental na articulação para aprovar a Nova Previdência e combates de projeto ao crime", e que ele "está engajado em fazer o Brasil dar certo!" Joice disse que Maia é vítima de uma campanha mentirosa e reforçou que ele é um dos que "mais tem trabalhado" pela aprovação da reforma.