Dias após avisar ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que deixaria a articulação da reforma da Previdência, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que não foi compreendido pelo governo na sua atuação pela proposta da reforma. Maia avisou ao ministro que não faria mais a articulação política após ler um post do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, com fortes críticas a ele.
"Eu me coloquei nas últimas semanas tentando ajudar, cumprindo um papel que não é meu e que é muito perigoso, que é articular de alguma forma pelo governo. O governo não compreendeu minha vontade de ajudar dessa forma", declarou o presidente da Câmara durante entrevista ao programa Brasil Urgente, da Band, nesta terça-feira (26).
Leia Também
- Maia avisa a Paulo Guedes que deixará a articulação da reforma
- 'Nunca vou deixar de defender a reforma da Previdência', diz Maia
- Nem o PSL está convencido sobre reforma da Previdência, diz líder do partido na Câmara
- Guedes promete boas medidas depois da reforma da Previdência
- Bolsonaro quer garantir aprovação da reforma da Previdência, diz porta-voz
Na entrevista, Maia voltou a dizer que o governo precisa construir uma base de apoio à reforma e que irá mostrar os efeitos no País caso a reforma da Previdência não seja aprovada. "A política é feita de diálogo, e diálogo positivo, não negativo (...) O presidente precisa construir uma base, e não é uma base para o governo, é uma base para as reformas. Ele precisa mostrar para a sociedade o porquê da reforma, precisa chamar os deputados para conversar", afirmou Maia.
Sérgio Moro
Rodrigo Maia também também comentou sobre a situação com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. O deputado federal afirmou que chamou Moro para conversar nos últimos dias para "zerar as caneladas". No sábado (23), Maia deu a entender que o pacote anticrime proposto pelo ministro estaria fora da agenda e não teria vez na pauta da Câmara tão cedo. "A minha agenda é a reforma da Previdência", comentou.
No entanto, nesta terça-feira (26), Maia declarou que o projeto anticrime poderá ser votado ainda neste primeiro semestre e não no segundo.
Reunião
Na manhã desta terça, um grupo de trabalho criado na Câmara dos Deputados se reuniu para discutir os projetos do ministro, no entanto, Sérgio Moro não estava presente, mas minimizou sua ausência. "Esse é um comitê de trabalho lá deles, né? Nós temos o projeto e devemos ser consultados no percurso", declarou Moro.