A Polícia Federal fez operação em dois escritórios da Receita Federal para investigar o acesso irregular a dados do presidente Jair Bolsonaro e de familiares. Segundo o Estadão/Broadcast apurou, foram feitas operações em Vitória (ES) e em Campinas (SP). Foram apreendidos computadores e dois servidores foram ouvidos - um dos servidores é Odilon Ayub Alves, que atua em Vitória. O nome do segundo envolvido não foi divulgado.
A sindicância foi aberta em janeiro depois de a Receita ter identificado o acesso irregular. Os servidores - que não são auditores fiscais - não tinham autorização para acessar os dados e, como o sistema é monitorado, acendeu-se um alerta.
A investigação concluiu que os servidores não tinham motivação para buscar os dados, que não embasavam nenhum procedimento em curso. Por isso, o órgão abriu sindicância e avisou a PF.
Os dois servidores respondem a processo administrativo. Eles não foram afastados de suas funções, mas foi retirado o acesso que tinham ao sistema.
O que disse Bolsonaro
Desde o início do ano passado 2 funcionários da Receita acessaram ILEGALMENTE informações fiscais de minha pessoa e familiares. Procuravam algo para vazar e me incriminar por ocasião da eleição. Sindicância da Receita concluiu não haver “legalidade para acesso" e notificou a PF.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 5 de abril de 2019
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Servidores identificados
Em nota, a Receita informou que identificou que dois servidores do órgão acessaram de maneira irregular dados fiscais do presidente Jair Bolsonaro e de integrantes de sua família. A Receita não informou quais integrantes da família Bolsonaro tiveram seus dados acessados.
Um dos servidores é Odilon Ayub Alves, irmão da deputada federal Norma Ayub (ES), do DEM. Para Elmar Nascimento (BA), um dos líderes do PSB, a ligação entre os dois não é motivo para indicar qualquer relação da parlamentar com o caso
O órgão notificou a Polícia Federal e abriu procedimento para apurar a "responsabilidade funcional" dos envolvidos.