NOVA PREVIDÊNCIA

'Não tenho pretensão de ser coordenador político da reforma', afirma Guedes

O ministro da Economia afirmou não ter ''temperamento'' para exercer o posto de coordenador político da Previdência

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 08/04/2019 às 19:52
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ministro da Economia afirmou não ter ''temperamento'' para exercer o posto de coordenador político da Previdência - FOTO: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Leitura:

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse não ter a pretensão de ser o coordenador político da reforma da Previdência. "Vocês viram meu desempenho (na audiência da Comissão de Constituição e Justiça). Não tenho temperamento para isso", afirmou, arrancando risos da plateia.

Durante o evento "E Agora Brasil?" para discutir os 100 primeiros dias do governo, realizado pelos jornais Valor e O Globo, Guedes disse que o clima é extraordinariamente construtivo com os presidentes da Câmara e Senado e lembrou que o próprio ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tem dificuldades na coordenação política porque houve mudança na negociação. "Mudou do varejo para o atacado", completou.

Audiência pública

A audiência pública que aconteceu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na última quarta-feira (3) e contou com a presença o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir a reforma da Previdência terminou em briga e troca de palavrões. Depois de seis horas e meia de sessão com sucessivos bate-bocas com a tropa da oposição, o ministro caiu na provocação do deputado Zeca Dirceu (PT-PR) que o acusou de ser "tigrão" com os aposentados, idosos de baixa renda e agricultores, mas "Tchutchuca" com privilegiados do Brasil.

O ataque do petista, filho do ex-ministro, José Dirceu, levou à explosão final de Guedes que reagiu com destempero fora do microfone: "Tchutchuca é a mãe, é a sua avó". Zeca começou as críticas perguntando a razão pela qual Guedes começou as reformas com a da Previdência e não alterações que afetassem os banqueiros.

A partir daí, o clima ficou insustentável e o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), teve que acabar com a audiência. Sem experiência e com apenas 27 anos, ele não conseguiu conduzir com firmeza a audiência. Por várias vezes, a alta tensão e a gritaria dominaram a audiência.

Acusado de mentiroso, rentista do mercado financeiro e cruel por querer formar uma "legião de pobres" com a capitalização da Previdência, Guedes partiu para um embate direto com os oposicionistas, com ironias e ataques aos dois governos do PT.

Um dos momentos mais tensos foi quando os deputados se intrometeram na sua resposta à pergunta do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) sobre a idade que as empregadas domésticas se aposentam.

Com fúria, o ministro questionou os parlamentares da oposição: "Por que vocês não botaram imposto sobre dividendos, por que deram dinheiro para a JBS?". Se voltando para os parlamentares, Guedes rebateu: "Nós estamos há três meses e vocês tiveram 18 anos (de poder) e não tiveram coragem de mudar".

Houve reação dos deputados atacados por Guedes. Diante da gritaria, Guedes reagiu: "A Casa não está me respeitando. A Casa não me dá o direito de falar".

Guedes foi em frente com as críticas e disse que eram fake news a informação de que no Chile havia muitos suicídios por conta da Previdência.

O bate-boca recomeçou quando Guedes falou que era caso de internação de quem não via a necessidade de reforma. O que se seguiu foi nova explosão dos deputados.

A

Últimas notícias