SUBMISSÃO

Mulher deve ser 'submissa' ao homem no casamento, diz Damares

''Dentro da doutrina cristã, lá dentro da igreja, nós entendemos que um casamento entre homem e mulher, o homem é o líder do casamento'', declarou a ministra

JC Online
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Publicado em 16/04/2019 às 18:32
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''Dentro da doutrina cristã, lá dentro da igreja, nós entendemos que um casamento entre homem e mulher, o homem é o líder do casamento'', declarou a ministra - FOTO: Foto: Reprodução/ Twitter
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Durante audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres na Câmara nesta terça-feira (16), a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, declarou que dentro da sua "concepção cristã", no casamento, a mulher deve ser submissa ao homem.

Questionada pela deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) se a mulher teria que se submeter ao homem, Damares afirmou que, dentro da doutrina cristã, ele é o líder do casamento.

"Dentro da doutrina cristã, sim. Dentro da doutrina cristã, lá dentro da igreja, nós entendemos que um casamento entre homem e mulher, o homem é o líder do casamento. Então essa é uma percepção lá dentro da minha igreja, dentro da minha fé", disse.

Segundo a ministra, no entanto, isso não significa que todas as mulheres devem se submeter ao homem e "abaixar a cabeça para o patrão, para o agressor e para os homens que estão aí".

Aborto

Durante a audiência a ministra se mostrou novamente contrária ao aborto, mas disse que a sua posição não irá nortear as políticas do ministério. "Tenho tantas coisas para fazer naquele ministério que o tema aborto eu não vou fazer essa discussão. É discussão do Parlamento e agora do Judiciário", afirmou.

De acordo com a ministra, se não houvesse estupro, não haveria aborto. "Quero um Brasil sem estupro, porque se não tivermos estupro, não vamos ter mulher lá no serviço de saúde pedindo para fazer o aborto", declarou.

Armamento

Damares também foi questionada sobre um possível aumento nos feminicídios com a flexibilização do posse de armas. No entanto, a ministra não respondeu diretamente e disse preferir deixar suas "intenções pessoais sobre desarmamento para um segundo momento".

"O que nós podemos fazer é um debate bem técnico sobre o impacto disso na violência contra a mulher. Não dá para dizer ainda se impactou. É tudo uma expectativa do que pode aumentar. Mas o homem ainda mata com dentes, com mão, com pau. A violência contra a mulher se configura de diversas formas", disse a ministra durante a audiência.

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