Por unanimidade, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) fixou, nesta terça-feira (23), uma nova pena para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso em Curitiba após ser condenado a 12 anos e 1 mês de prisão no caso do triplex do Guarujá. Agora, o petista terá que cumprir 8 anos, 10 meses e 20 dias de prisão, mas, ainda assim, seus correligionários contestam a decisão da corte.
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REPERCUSSÃO
Na visão da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o tribunal deveria ter absolvido o ex-presidente, não reduzido sua pena. "O STJ se ateve a meras formalidades para não examinar o mérito e absolver Lula. Por isso vamos recorrer até ser reconhecida sua inocência. Mas pela primeira vez uma corte superior apontou os abusos de Moro e do TRF4 com a redução das penas em mais de um terço. A luta continua!", afirmou a petista, no Twitter.
O senador pernambucano Humberto Costa (PT) corrobora com a fala de Gleisi. Segundo o parlamentar, houve um "exagero na dosimetria" da pena de Lula e isto deve, mais uma vez, ser revisto pela Justiça. "Não era o que nós esperávamos. Nós vamos continuar perseguindo a anulação do processo porque ele está cheio de vícios. Ele não tem provas que possam ser atribuídas a Lula e que ele tenha cometido qualquer crime. Mas o fato dela, a pena, ter sido reduzida, mostra que tenha sido um exagero na dosimetria, para impedir que ele fosse candidato, entre outros fatores. Não resolve, não era o que nós queríamos, vamos buscar no Supremo", cravou o senador.
Presidente estadual do PT, Glaucus Lima diz que não há o que comemorar com a decisão do STJ e ressalta que o partido continuará a lutar pela liberdade do ex-presidente. "Para nós, Lula segue sendo um preso politico, inocente, preso sem provas. Para que a Justiça fosse cumprida, ele deveria ser libertado imediatamente, mas ele segue cumprindo pena por algo que não fez. Vamos continuar lutando pela liberdade plena dele, para que seja reconhecida a sua inocência. Ele quer assim", pontuou.
"Não é a pena que é injusta. É a condenação. Lula é preso politico. Lula é inocente. Esse julgamento continua tendo uma condução política. É a continuidade do Power Point de promotor (Deltan) Dallagnol, seguido pelo juiz e hoje ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro, pelo TRF 4 e agora pelo STJ. Isso já era esperado. Neste tribunal político a palavra dos delatores vale mais do que qualquer prova robusta da defesa. Lula deseja ser libertado sim, mas desde que reconhecida sua incontestável inocência, cujas acusações não têm uma vírgula de verdade. Ele quer ser julgado como qualquer cidadão, que não está acima da lei, mas também não está abaixo. Sendo assim, como a prisão de Lula é política, sua liberdade só se dará por meio da luta e da resistência popular que devem ser intensificadas", declarou o deputado federal Carlos Veras (PT), através de nota.