Em sua defesa do sistema de capitalização para a Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira, 17, que as mudanças nas regras do atual sistema de repartição durariam por cinco ou seis anos.
"Sem capitalização, essa reforma é para cinco ou seis anos. Se vem (um impacto fiscal, em dez anos, de) R$ 1 trilhão, vamos definir esse regime (de capitalização)", afirmou Guedes, em discurso no 91º Enic, encontro do setor da construção, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no Rio
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O ministro também criticou as comparações com outros países que adotaram o sistema de capitalização, como o Chile.
Guedes citou especificamente as alegações de que o Chile teria observado aumento nas ocorrências de suicídios por causa do baixo valor das aposentadorias.
"A taxa de suicídio é bem maior no Brasil do que no Chile, aliás, é bem maior em Cuba. E será maior na Venezuela", afirmou Guedes, que chamou a reforma da Previdência de "mãe de todas as reformas".
Cenário mais favorável
O ministro da Economia disse ainda que a aprovação da reforma da Previdência nos próximos dois meses fará com que o Brasil chegue no segundo semestre com "outra expectativa de crescimento". "O crescimento não está caindo, o que está caindo são as expectativas de crescimento, que estavam altas", afirmou.
Segundo o ministro, logo depois da aprovação da Previdência, a ideia é mandar a proposta de emenda constitucional (PEC) para desvincular e desindexar todos os gastos do Orçamento Público em todas as esferas de governo. Guedes tem chamado a medida de "PEC do pacto federativo".
"Para prefeitos e governadores não é um plano B, é plano A", disse Guedes, fazendo referência à forma como anunciou a ideia de desvincular os gastos, em seu discurso de posse como ministro
Ainda sobre a questão federativa, Guedes voltou a citar a ideia de usar os recursos oriundos da exploração de petróleo e gás para distribuí-los para Estados e municípios.
"Esse dinheiro vai consertar a República Federativa do ponto de vista da redistribuição de recursos e atribuições", afirmou Guedes.