Em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta segunda-feira (27), o presidente da Comissão Especial da reforma da Previdência, deputado federal Marcelo Ramos (PR-AM), fez críticas as manifestações a favor de Jair Bolsonaro (PSL) do último domingo (26) e à postura do presidente nas redes sociais sobre o tema.
"Sou filiado ao PR, um partido liberal, independente, não sou movido por pressões de extremistas. Esse tipo de manifestação não influenciará o nosso trabalho. Meu compromisso com a reforma não é por causa das pessoas que estavam protestando nas ruas, e sim, com o Brasil todo", disse o parlamentar, que ressaltou o seu respeito as manifestações. O PR é um dos partidos que compõem o chamado Centrão.
Mesmo não comparecendo a nenhum dos atos marcados em diversas cidades brasileiras, o presidente da República realizou diversas postagens sobre o assunto em sua conta pessoal do Twitter. "Com relação a postura do presidente (Bolsonaro), acho que o papel é ouvir o País e não dividir o País. Acho errado essa polarização. O presidente da República enquanto está em campanha, ele faz campanha para os seus eleitores. Quando ele senta na cadeira de presidente, ele governa para todos. Eu acho que esse tipo de atitude de dividir o País não faz bem", cravou Ramos.
São Luís do Maranhão. pic.twitter.com/XzUPeKT1kx
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 26 de maio de 2019
No Recife, manifestantes a favor de Bolsonaro se reuniram no último domingo (26), na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, em consonância com o resto do País. Pela tarde, os sete trios começaram a se deslocar em direção ao Segundo Jardim, onde houve a dispersão, por volta das 16h30.
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Previdência
Sendo um dos maiores articuladores da reforma da Previdência, Marcelo Ramos lembrou que o calendário segue mantido e sem previsões de atraso. "Os trabalhos da comissão estão dentro do calendário, um deles é o da emenda até o dia 30, depois o relator apresentará o relatório até o dia 15", explicou.
Quando questionado sobre a postura do Congresso Nacional, o deputado do Amazonas afirmou que a Casa está preocupada e colocou a matéria como prioridade para ser votada. "O Congresso está tão preocupado que está dando toda prioridade a reforma da Previdência. E por isso estamos nos dedicando inteiramente a isso. Uma inverdade repetida várias vezes se torna uma verdade. Não há nada atrasado no nosso cronograma", acrescentou.