Com receio que o Senado Federal mude algum ponto da Medida Provisória 870, que viabiliza a reforma administrativa, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), na manhã desta terça-feira (28), para defender que a matéria siga da mesma forma que passou pela Câmara. Com isso, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) seguiria nas mãos do Ministério da Economia e não com o ministro Sergio Moro, no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Caso o Senado mude algum ponto, a MP volta para a Câmara. Se houver alterações, a matéria poderá não ter tempo suficiente para ser reanalisada na Câmara, uma vez que, perde sua validade na próxima segunda-feira (03).
Além disso, o governo também corre o risco de ver a norma caducar e a Esplanada voltará a ter a mesma estrutura do governo anterior, com 29 ministérios, em vez das atuais 22 pastas.
"O governo considera que, em grande parte, o texto original foi acatado naquele relatório e aguarda o prosseguimento das atividades regimentais daquelas Casas para a conclusão e firma final daquela Medida Provisória", disse o porta-voz do governo, Otávio Rêgo Barros na última segunda-feira (27).
Defesas
Mais cedo, um grupo senadores, entre eles o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), defendeu a aprovação de uma emenda para devolver o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandando pelo ex-juiz Sergio Moro, como estava no texto original da MP.
O senador Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) também saiu em defesa da permanência do Coaf com Sergio Moro. "O atuação do Coaf, foi decisiva para a apuração de operações como o Mensalão e a Lava Jato. De modo que a vinculação dele ao Ministério da Justiça e Segurança Pública reforça a importância do combate à corrupção e a lavagem de dinheiro no País", afirmou o pernambucano.
Na Câmara, o texto aprovado determina que o Coaf seja deslocado para o Ministério da Economia. Desde que foi criado, o órgão sempre esteve subordinado ao Ministério da Fazenda (atual pasta da Economia).
No Twitter, a hashtag #MP870Agora também é um dos assuntos mais comentados e defendidos pelos apoiadores do presidente. Entre as postagens, muitos pedem que o Senado aprove a MP como está.