"O ministro está muito seguro". Foi assim que o líder do governo no Senado Federal, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), definiu o ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sobre as mensagens atribuídas a ele em conversas com procuradores da Lava Jato. Nesta quarta-feira (19), Moro participa da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, para dar explicações dos acontecimentos dos últimos dias.
"Acredito que será uma sessão muito respeitosa, acho que não teremos tumulto, mas acho que será uma sessão longa pelo interesse que desperta no Senado Federal. O ministro está muito seguro, desde o primeiro momento ele se colocou a disposição de esclarecer os fatos e está muito animado, nós da bancada do governo vamos estar presentes para apoiar a presença do ministro enquanto a sessão", disse o pernambucano em entrevista à Rádio Jornal, nesta quarta (19).
Segundo FBC, muitos senadores querem participar da sessão para questionar o ministro sobre os vazamentos. "Há interesses de muitos senadores de participar da sessão e muitos irão utilizar a palavra para poder fazer os questionamentos para o ministro Moro sobre os vazamentos que foram divulgados pelo The Intercept", acrescentou.
Durante a entrevista no programa Passando a Limpo, Coelho afirmou que acredita que Moro irá se sair bem no encontro com senadores e que juristas que analisaram as supostas conversas já teriam entendido que o ex-juiz não cometeu "deslize ético". "Eu tenho a impressão que o ministro deve se sair muito bem esclarecendo esses fatos. Tem muitos juristas que analisaram as divulgações feitas até aqui e não entendem que o ministro tenha cometido, enquanto juiz, algum deslize ético e que as conversas travadas aqui divulgadas estão dentro de um padrão de formalidade que ocorre entre procuradores e juízes", cravou FBC.
O site The Intercept tem revelado nos últimos dias mensagens que, segundo o site, mostram que Sérgio Moro orientou a atuação de integrantes da força-tarefa da Lava Jato. A participação de Moro na audiência foi anunciada na última passada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
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Recursos para Pernambuco
O líder do governo no Senado ainda foi questionado sobre a liberação de R$ 37 milhões para o estado de Pernambuco, divulgado nessa terça-feira (18). Fernando Bezerra Coelho explicou que o governo municipal já esperava essa quantia há meses.
"Na realidade o governo de Pernambuco já estava aguardando a liberação da sua proposta junto a secretaria do Tesouro Nacional. Há alguns meses, a proposta foi encaminhada ao Senado Federal e rapidamente com o apoio do presidente Davi Alcolumbre, do presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, com a União, com os senadores de Pernambuco, Humberto Costa e Jarbas Vasconcelos, da minha participação, nós fizemos a aprovação ontem de manhã (última terça)", disse FBC. O senador ainda comentou que a quantia chegaria aos cofres pernambucanos dentro de 30 a 45 dias.
O objetivo dos recursos será modernizar a estrutura tributária e ampliar a capacidade de arrecadação dos estados. "O recurso vai permitir a modernização da Secretaria da Fazenda de Pernambuco para melhor se aparelhar, para ter uma melhor eficácia, para uma melhor arrecadação dos tributos do Estado", completou.
Além da quantia anunciada na última terça-feira (18), FBC disse que outros recursos para o estado estariam a vista. Entre eles, seria dinheiro para a obra do ramal do Agreste, que segundo ele, seria concluída em fevereiro de 2021.
"Nós estamos aqui em uma briga muito grande com o ministro Paulo Guedes, briga no bom sentido, para evitar o contingenciamento de recursos para a maior obra que o governo federal toca em Pernambuco., que é a obra do ramal do Agreste. Conseguimos agora o compromisso de liberar R$ 180 milhões e vai permitir que a obra possa tocar em plena execução até o mês de agosto e vamos depois lutar por mais R$ 300 milhões para que ela possa ir até o final do ano. É uma obra que está esperada para ficar concluída até fevereiro de 2021", comentou.
A frente das visitas de diversos ministros e do presidente ao Estado, o senador afirmou que Bolsonaro está tendo uma atenção especial a Pernambuco e dentro dos últimos seis meses, diversos setores vem recebendo uma maior prioridade. "Nós temos recebido a visitas de ministros, durante esses seis meses, das mais diversas áreas e temos priorizado dentro das possibilidades, das limitações dos orçamentos que o governo federal hoje enfrenta, muitas recursos para tocar obras importantes em Pernambuco", finalizou.
Ouça a entrevista na íntegra: