Crítica

General demitido por Bolsonaro diz que governo é 'um show de besteiras'

General Santos Cruz foi Secretário de Governo da Presidência da República

JC Online
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Publicado em 20/06/2019 às 11:23
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
General Santos Cruz foi Secretário de Governo da Presidência da República - FOTO: Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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"Um show de besteiras". Assim, o general Santos Cruz, ex-secretário de Governo da Presidência da República, definiu o Governo do Presidente Jair Bolsonaro. O general da reserva foi demitido do cargo na semana passada pelo presidente. Em entrevista à Revista Época, publicada nesta quinta-feira (20), ele alegou que o governo precisa "tirar a fumaça da frente para o público enxergar as coisas boas". 

"É um show de besteiras. Isso tira o foco daquilo que é importante. Tem muita besteira. Tem muita coisa importante que acaba não aparecendo porque todo dia tem uma bobagem ou outra para distrair a população, tirando a atenção das coisas importantes", afirmou o General.

Ainda de acordo com o ex-ministro, o mesmo não foi informado pelo presidente sobre qual teria sido o motivo de sua demissão. Porém, ele enxerga a alternância no comando dos ministérios como algo natural.

"Substituir ministro é uma coisa normal, não é coisa excepcional. Não perguntei o porquê para facilitar as coisas. A partir da hora que decidiu, não vou ficar gastando tempo para discutir o porquê. É mais uma obrigação da pessoa explicar. Não é só direito meu saber, como também é obrigação da pessoa explicar. Ele não explicou", explanou.

Críticas do filho do presidente

Durante a sua gestão, o general Santo Cruz foi duramente criticado pelo filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, e pela chamada "ala ideológica" do Governo, comandada pelo astrólogo Olavo de Carvalho. Sem citar nomes, o ex-ministro criticou atitudes que visam atacar a intimidade das pessoas.

"Você discordar de métodos de trabalho é normal, até publicamente. Discordâncias são normais, de modo de pensar, modo de administrar, modo de fazer política, de fazer coordenação. Mas, atacar as pessoas em sua intimidade, isso acaba virando uma guerra de baixarias. Não é o que interessa para o Brasil. O Brasil não pode continuar discutindo esse nivelzinho de coisa", criticou Santos Cruz.

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