Os grupos responsáveis pela mobilização da manifestação em defesa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que ocorre neste domingo, 30, na Avenida Paulista, estão divididos quanto ao apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). A manifestação ocupa o trecho entre a rua Peixoto Gomide e a Fiesp
Estacionado na esquina da rua Peixoto Gomide com a Avenida Paulista, o carro de som do "Nas Ruas" é o ponto de encontro mais "governista" do ato. Entre os oradores, estão o empresário Luciano Hang, dono da Havan, o senador Major Olímpio (PSL) e o cantor Latino, que chegou a cantar uma de suas músicas.
"Nós apoiamos o ministro Sérgio Moro, o pacote anticrime, e o governo Bolsonaro", disse ao jornal O Estado de S. Paulo Tomé Abduch, porta-voz do Nas Ruas. Ele também fez críticas à divulgação de suposto diálogos comprometedores entre o ex-juiz Sérgio Moro e integrantes da força-tarefa da Lava Jato. "O Glenn [Greenwald] deveria estar preso, assim como o hacker. Há nesses vazamentos um direcionamento ideológico claro, já que o marido dele é deputado pelo PSOL, que é um partido comunista".
Já os dois principais grupos responsáveis pelo movimento em defesa do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) - MBL e Vem Pra Rua - não incluíram a defesa de Bolsonaro entre as demandas levadas para a Av. Paulista neste domingo.
As duas organizações optaram por manter distância do Palácio do Planalto e adotaram uma agenda própria. Os manifestantes carregavam muitas faixas em defesa de Moro.
Houve um princípio de tumulto quando cerca de 20 integrantes do grupo Direita SP foi até o caminhão do MBL. Eles puxaram palavras de ordem atacando o Movimento Brasil Livre por não defender Bolsonaro. O MBL foi chamado de "traidor" e "pelego". A PM agiu para separar os grupos.
"A gente não puxa o saco do Bolsonaro e somos críticos ao Governo", disse Renato Battista, coordenador nacional do MBL.
Um boneco inflável do ministro foi erguido ao lado do carro do "Nas Ruas", grupo que foi fundado pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).
Neste domingo, o público é menor do que nas manifestações anteriores na avenida.
Atos
Organizadores preveem concentrações em 203 cidades do Brasil. Mais cedo, cidades como Rio de Janeiro, Belém do Pará e Brasília, além de Campinas e Ribeirão Preto, também tiveram atos.